O ministro Marco Aurélio Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, defendeu nesta segunda-feira 8 o ex-juiz Sergio Moro, horas depois de o ministro Edson Fachin anular as condenações do ex-presidente Lula na Operação Lava Jato.
“Não podemos, a esta altura da vida judicante, execrar o juiz Sergio Moro. Ele tem uma folha de serviços prestados ao País”, disse Marco Aurélio ao jornal O Globo.
O decano, que ainda não havia lido a íntegra da decisão de Fachin, declarou também que não poderia levantar suspeitas sobre as motivações do colega.
“De início, temos que presumir o que normalmente ocorre como algo não extravagante. Eu respeito meu colega. Havia uma tutela de urgência no pedido de habeas corpus e a sua análise é, de fato, uma atribuição do relator. Agora, precisamos ver qual será a posição da Procuradoria Geral da República. Cabe a ela recorrer”, acrescentou.
De fato, a PGR já prepara um recurso contra a decisão de Fachin. A informação foi confirmada à reportagem de CartaCapital pelo Ministério Público Federal. A tendência é de que a peça seja produzida pela subprocuradora-geral Lindôra Maria de Araújo.