A LG anunciou nesta segunda-feira (5) que vai encerrar as operações no mercado de celulares. A medida impacta a fábrica de Taubaté (SP), que emprega cerca de 400 funcionários na produção de smartphones. A unidade ainda produz monitores.
A empresa sul-coreana afirma que adotou a medida após sucessivos prejuízos no setor. Antes, a companhia havia tentado vender a divisão de celulares, mas sem sucesso optou pelo encerramento das atividades.
“Desde o segundo semestre de 2015, o nosso negócio global de celulares tem sofrido uma perda operacional por 23 trimestres consecutivos, resultando em um acumulado de aproximadamente 4,1 bilhões de dólares (US) até o final de 2020”, disse em nota.
O fechamento da divisão de celulares deve impactar cerca de 400 funcionários da fábrica em Taubaté. Os trabalhadores aprovaram estado de greve no dia 26 de março e buscam negociação com a emprsa diante da incerteza.
O futuro da LG já era especulado pela imprensa internacional desde o início do ano. Em fevereiro, uma notícia veiculada pelo jornal “The Korea Times” dava conta de que a LG havia iniciado as negociações para a venda da produção global de celulares da marca.
No entanto, no fim de março a Bloomberg publicou que após o fracasso das negociações com uma empresa alemã e outra vietnamita, a empresa sul-coreana deve fechar o setor em vez de vendê-lo.
O que diz o sindicato
Procurado pelo G1, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté disse que a empresa não informou sobre os impactos da decisão em relação aos trabalhadores e a fábrica de Taubaté.
A entidade sindical afirmou que tem reunião agendada com a direção nesta terça (6). Reforçou ainda que busca desde janeiro reuniões com a empresa, mas não foi atendido.
Desempenho
A LG enfrenta 24 trimestres seguidos de prejuízos no setor de celulares. De acordo com o site Statcounter, que mensura a participação de marcas no mercado de celulares, atualmente a empresa tem 6,5% de participação no mercado de smartphones no Brasil e 1,6% no mercado global, onde já chegou a registrar 4,1% em 2014. No Brasil, ela chegou a ter 16,1% do mercado em 2013.
Na planta de Taubaté são fabricados celulares e monitores. A empresa também tem uma fábrica em Manaus (AM), onde são produzidos condicionadores de ar, geladeiras e outros itens da linha branca.