O comandante da Polícia Militar de Pernambuco, Vanildo Maranhão, pediu exoneração do cargo na noite desta terça-feira. A saída de Maranhão vem na esteira da atuação violenta da PM para dispersar as manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro no último sábado, no Centro do Recife. Ele será substituído pelo coronel José Roberto Santana, que atualmente ocupava o cargo de diretor de Planejamento Operacional da PM.
Apesar da exoneração, as investigações instauradas pela Corregedoria-Geral da Secretaria de Defesa Social e pela Polícia Civil serão continuadas para apurar os fatos. Mesmo com protestos pacíficos na capital do estado, policiais utilizaram balas de borracha para dispersar os manifestantes e duas pessoas atingidas perderam a visão em um dos olhos. Além dos dois feridos, policiais também agrediram a vereadora de Recife Liana Cirne (PT) durante uma abordagem com uso de spray de pimenta.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já havia anunciado nesta segunda que também abriu um inquérito para investigar a atuação da Polícia Militar nos protestos. O órgão classificou a atuação da PM como “ilegal e arbitrária”, e afirmou que vai investigar possíveis violações de direitos humanos por parte dos agentes que atuaram nos atos.
No último domingo, um dia após os protestos, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), negou ter autorizado qualquer tipo de intervenção violenta. Ele também já tinha comunicado que a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social instaurou procedimento para investigar os fatos.
— O oficial comandante da operação, além dos envolvidos na agressão à vereadora Liana Cirne (agredida durante a abordagem com uso de spray de pimenta) permanecerão afastados de suas funções enquanto durar a investigação. Sempre vamos defender o amplo diálogo, o entendimento e o fortalecimento das nossas instituições dentro da melhor tradição democrática de Pernambuco — afirmou Câmara na semana passada.