Duas chuvas de meteoros devem produzir atividade máxima e movimentar o céu nos próximos dias, segundo a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon). O alerta foi divulgado pela entidade nesta terça-feira (27).
A chuva de meteoros, denominada de Alfa Capricornídeas, tem seu dia de pico na quinta-feira (29) e está prevista a queda de cerca de cinco meteoros por hora. Já a chamada Delta Aquáridas do Sul ocorre na sexta (30) e deve ter em torno de 16 meteoros por hora. (Veja mais detalhes abaixo).
O fenômeno poderá ser visto de todo o país. Mesmo com uma chuva de meteoros pouco intensa, a Alfa Capricornídeas pode produzir meteoros explosivos e algumas bolas de fogo durante seu período de atividade. Os meteoros da Delta Aquáridas do Sul são, geralmente, fracos e não apresentam trilhas persistentes no céu.
Entre o sábado (24) e o domingo (25), a estação de monitoramento de Monte Castelo, no Norte catarinense, fez o registro de alguns exemplares da chuva Delta Aquáridas do Sul.
A Alfa Capricornídeos recebe esse nome porque sua direção de queda fica próxima à estrela mais brilhante da Constelação de Capricórnio. Já o Delta Aquáridas do Sul fica próximo à estrela Delta Aquarii, a quarta mais brilhante da Constelação do Aquário.
Dicas de observação
Segundo a Bramon, as chuvas de meteoros poderão ser observadas a olho nu, sem a necessidade de qualquer equipamento. “Basta procurar um local adequado e olhar para o céu na hora certa”, de acordo com a entidade.
O melhor horário de observação está previsto para entre 22h e 0h30.
Meteoros alfa capricornídeos e delta aquarídeos do sul registrados em Taquara (RS) em 2020 — Foto: Dr. Carlos Jung – BRAMON/Reprodução
Outras dicas:
- Procurar um lugar escuro, preferencialmente em um local afastado das grandes cidades, para evitar a poluição luminosa;
- Desligar as luzes em volta para tornar o local ainda mais escuro;
- Utilizar uma cadeira de praia ou colchão para se deitar e observar o céu de forma mais confortável;
- Cobertas e uma garrafa de café quente à mão podem ser boas companheiras para a noite de observação.
A Bramon também estimula que os observadores comuniquem a organização após o avistamento de algum meteoro. As informações servem para registros mais precisos sobre os fenômenos e podem ser relatados no site da organização. É importante registrar a hora do aparecimento e procurar referências no céu para saber o trajeto do meteoro.
Chuva de meteoros
O meteoro é um fenômeno luminoso que ocorre quando um pequeno fragmento de rocha espacial atravessa a atmosfera em altíssima velocidade. Quando entra na Terra, esse fragmento comprime e aquece rapidamente o gás atmosférico, formando uma bolha de plasma (gás aquecido e ionizado), que brilha por um determinado período de tempo.
Todos os meteoros de uma mesma chuva atingem a atmosfera paralelamente uns aos outros. Isso ocorre porque seguem aproximadamente a mesma órbita do cometa ou asteroide que deu origem a eles. “Entretanto, devido ao efeito de perspectiva, para um observador na Terra esses meteoros parecem se originar de um mesmo ponto no céu”, conclui a organização.
Alfa Capricornídeas
A atividade da Alfa Capricornídeas ocorre de 3 de julho a 15 de agosto e atinge sua máxima entre 29 e 30 de julho. Os meteoros dessa chuva são formados pelo impacto na atmosfera da Terra dos detritos deixados pelo Cometa 169P/NEAT.
Chuvas de meteoro: Alfa Capricornídeas e Delta Aquáridas — Foto: Bramon/Reprodução
Delta Aquáridas do Sul
A Delta Aquarídas do Sul é uma chuva mediana e sua atividade ocorre entre 12 de julho e 23 de agosto, e pode gerar até 16 meteoros na madrugada de 31 de julho.
“Os meteoros dessa chuva são chamados de delta aquarídeos do sul e provavelmente são formados por detritos do cometa 96P/Machholz, um cometa sungrazer (que passa raspando o Sol) de curto período, que a cada 6 anos passa a apenas 18,6 milhões de quilômetros do Sol”, informou a Bramon.