Miranda diz que retorno da CPI terá “prisões” por crimes contra saúde

Deputado afirmou que oitiva dele e do irmão foi "a ponta do iceberg" para comprovar denúncias que envolvem contratos do Ministério da Saúde

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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, neste domingo (1º/8), que o depoimento que prestou para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, em junho, revelou “a ponta do iceberg” de possíveis problemas no Ministério da Saúde. O parlamentar e o irmão, o servidor concursado Luis Ricardo Miranda, denunciaram possíveis irregularidades na aquisição da vacina indiana Covaxin.

Segundo Miranda, a nova fase poderá resultar em mandados de busca e até prisões após a Controladoria-Geral da União (CGU) identificar falsificação de documento. Com o retorno dos trabalhos da CPI, o congressista afirmou que os senadores poderão esclarecer não apenas a questão, mas também outros contratos assinados pela pasta durante a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello.

“Isso é crime, crime grave, daqueles envolvidos. Sabemos que a CPI pode, sim, a qualquer momento, pedir a prisão deles e mostrar que a saúde pública precisa ser levada a sério. A esperança de retorno da comissão é de que as pessoas que de fato cometeram esse tipo de crime contra o nosso povo paguem por eles”, disse.

Agenda

Para o retorno dos trabalhos, a CPI da Covid-19 tem a previsão de colher o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula na próxima terça-feira (3/8). Ele é apontado por representantes da Davati Medical Supply como um “intermediador” entre o governo federal e empresas que ofertavam vacinas.

Na quarta (4/8), seria a vez do empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos. Contudo, a oitiva foi remarcada para o dia 11 de agosto, já que ele viajou à Índia antes da comissão marcar o novo depoimento.

Esta é a quarta vez que o empresário tem o depoimento desmarcado. Ele é considerado peça importante em relação às negociações da vacina indiana Covaxin. No dia seguinte ao depoimento de Maximiano, a CPI ouve o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara.

À CPI, Maximiano informou — com cópia das passagens e do passaporte — que viajou no último dia 24 de julho, um dia depois da Bharat rescindir o contrato com a Precisa.

Segundo o documento, o motivo da viagem foi para esclarecer, junto ao laboratório indiano, que não teve qualquer relação com a elaboração do documento supostamente adulterado, que teria levado ao fim do contrato com a empresa, bem como para reuniões e a adoção de eventuais medidas judiciais.

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