A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve, nesta quarta-feira (6), o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Roberto Rebello Filho.
A convocação do responsável pela agência que fiscaliza os planos de saúde acontece após a revelação de um dossiê elaborado por médicos da Prevent Senior, que acusam a empresa de fazer testes com cloroquina no tratamento contra a Covid-19 e ocultar as informações dos pacientes. A medida não possui comprovação científica.
Entre as denúncias apresentadas, está a pressão exercida pela operadora de saúde para a prescrição indiscriminada de medicamentos do “kit covid”, como cloroquina, azitromicina e ivermectina. A empresa ainda teria assediado pacientes para aceitarem o tratamento precoce.
A estratégia foi adotada, segundo os documentos, para o governo federal influenciar a população a consumir os medicamentos. O dossiê ainda diz que a empresa Vitamedic lucrava com a venda dos fármacos, e a Prevent Senior com novas adesões ao plano de saúde.
A empresa nega as acusações. Segundo a Prevent, a acusação de que os médicos eram obrigados a receitar os medicamentos é falsa.
Na sexta-feira (1º), a ANS emitiu uma nota afirmando que está fazendo uma “apuração rigorosa e cuidadosa” sobre as acusações que envolvem a operadora de saúde.
“ANS está tomando todas as providências possíveis para apuração dos indícios de infrações à legislação da saúde suplementar e está atuando para um rápido retorno à sociedade dentro de suas atribuições”, disse a agência em nota.
O autor do requerimento que convoca Paulo Rebello, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da Comissão, declarou que foram reunidas “inúmeras e gravíssimas irregularidades” cometidas pela Prevent Senior contra seus clientes e funcionários.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), suspeita que a ANS realizava uma blindagem à operadora de saúde enquanto realizava os protocolos sem respaldo científico com os pacientes.
“Há muitos documentos e comentários de que os diretores executivos da Prevent Senior, quando sentiam alguma insatisfação de algum médico para pôr em prática o protocolo e aplicar o ‘kit covid’, diziam: “Olha, fica tranquilo que a ANS não chegará aqui”, disse Renan.