O histórico de prévias do PSDB aponta para um caminho: os tucanos terminam as disputas internas divididos.
Em um passado recente, acusações, tapas, socos e até um homem conseguiu perder as calças durante um tumulto entre filiados.
A situação tragicômica ocorreu nas prévias para disputa da Prefeitura de São Paulo, em 2016, em um diretório do Tatuapé, Zona Leste da Capital.
À época, Albino Seriqueira perdeu as calças numa confusão que envolveu, segundo ele disse ao “G1” à época, quatro homens que apoiavam a candidatura a prefeito de Ricardo Tripoli. Estes homens teriam agredido duas mulheres. Uma invasão ao diretório também teria ocorrido e uma urna quebrada.
No final, Seriqueira caiu na sarjeta com as calças na altura das canelas e ficou apenas de cueca, que por pouco não saiu também.
Na ocasião, João Doria, que disputava pela primeira vez, disse que teve militantes agredidos. Tripoli, por sua vez, afirmou que não tinha nenhuma ligação com os supostos vândalos.
Doria, Tripoli e Andrea Matarazzo disputaram as prévias daquele ano. A história principal todos sabem: Doria foi o escolhido e, na disputa pela prefeitura com o então prefeito Fernando Haddad (PT), venceu no 1º turno com pouco mais de 53% dos votos.
Mas perto do final das prévias, o ninho tucano ficou estremecido. Andrea Matarazzo deixou o partido e rumou para o PSD. Após mais de 20 anos no PSDB, Matarazzo acusou João Doria de compra de votos, o que foi negado.
Dois anos depois, em 2018, mais novas prévias tucanas com desavenças ocorreram. No entanto, nada comparado com as de 2016.
Doria venceu as prévias, mas desta vez para disputar o governo de São Paulo. No discurso da vitória interna, sugeriu ao hoje senador José Aníbal que deixasse o PSDB, depois de Aníbal apontar suposta fraude nas prévias. O senador, à época, chamou Doria de péssimo gestor. Ele continua no PSDB.
Esta foi mais uma desavença entre tucanos pós-prévias. Em 2018, Floriano Pesaro, então deputado, e o cientista político Luiz Felipe d’Ávila também disputaram as prévias tucanas pelo governo de SP. O último, hoje, está no partido Novo, que o lançou recentemente como pré-candidato a presidente em 2022.
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, talvez lembrando do passado, já pediu união interna no PSDB em torno dos pré-candidatos e siglas para construção de uma candidatura de terceira via para 2022.