O dia “D” criado pela Organização Mundial de Saúde para solidariedade, ações preventivas, diagnósticos e tratamento das pessoas vivendo com HIV/Aids será lembrado neste 1º de dezembro. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Gilvander Gregório de Lima.
Ao divulgar o início da campanha “Dezembro Vermelho”, promovida pelo Governo de Rondônia, o diretor-geral da Agevisa explicou que ainda não existe vacina e cura para HIV, “apesar dos avanços em relação ao controle, diagnóstico e tratamento”.
A Campanha Rondônia Rumo à Prevenção faz referência à prevenção combinada, adotada pela política do Departamento Doenças de Condição Crônica e Infecção Sexualmente Transmissível do Ministério da Saúde, que recomenda o uso de várias estratégias como forma de prevenção ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
JOVENS
O público-alvo da campanha são jovens de 15 a 24 anos, uma escolha que leva em consideração dados comportamentais, que mostram que entre eles há o maior número de parceiros casuais, em relação aos não jovens, além do elevado índice (40%) de jovens que declaram não usar preservativo em relações sexuais.
Segundo a coordenadora estadual do Núcleo das IST, Gilmarina Araújo, a campanha dá maior visibilidade às questões vivenciadas por pessoas que são expostas ao HIV e pacientes com Aids.
Em Rondônia, o primeiro caso de Aids foi notificado oficialmente em 1987. Na série histórica, de 2016 a 19 de outubro de 2021, foram notificados 1.393 novos casos, segundo Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
O uso do preservativo ainda é a forma mais segura de evitar a infecção, informa nota da Agevisa. O Estado ainda conta com 19 unidades dispensadoras de medicamento para PEP – Profilaxia Pós Exposição (acidentes com material biológico, abuso sexual e exposição sexual), adotado em 2013 no País.
Outra estratégia de prevenção combinada é a PrEP – Profilaxia Pré Exposição ao vírus HIV. Um dos objetivos mais importantes da implementação dessa ação é o controle da epidemia da Aids até 2030, conforme prevê uma das metas de desenvolvimento sustentável.
Em relação à faixa etária, os casos estão concentrados entre 15 a 54 anos, totalizando 72% dos casos registrados no Sinam. Quanto à categoria de exposição 62% concentra-se em Heterossexual, seguido de 25% dos casos em homossexual e 7,3% em bissexual.
RELATÓRIO
52 municípios com o funcionamento do teste rápido para HIV, sífilis e hepatite B e C;
463 unidades de saúde realizando testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatite B e C;
10 SAE – Serviço de Assistência Especializada, sendo 2 de fronteira internacional;
20 unidades dispensadoras de medicamentos;
3.648 pessoas fazendo uso de TARV no estado;
517.210 testes rápidos distribuídos no estado de Rondônia, sendo 129.790 para HIV;
2.664 mil preservativos masculinos e 98,4 mil preservativos femininos distribuídos.
DIFICULDADES
Conforme relatório da Agevisa, a pandemia da covid-19 trouxe dificuldades adicionais ao controle do HIV, ao cuidado das PVHIV (pessoas vivendo com HIV/Aids). Da mesma forma, prejudicou a execução de ações de controle de prevenção, diagnóstico, monitoramento, tratamento e atenção à sífilis e outras IST e às hepatites virais, por causa da recomendação de adoção de medidas de restrição à circulação de pessoas e determinações restritivas adotadas em âmbito nacional, estadual e municipal.
A situação provocou grande impacto no alcance dos resultados dos indicadores: baixa execução de testes rápido para HIV, Sífilis, Hepatites B e C, entre outros.
DEZEMBRO VERMELHO
∎ Aids é a sigla da síndrome da imunodeficiência adquirida, doença causada pelo HIV que ataca células específicas do sistema imunológico, responsáveis por defender o organismo de doenças.
∎ Instituída pela Lei nº 13.504/2017, a campanha Dezembro Vermelho marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
∎ A data de 1º de dezembro começou a ser lembrada no final dos anos 1980 pelos governos federal e estaduais e municipais, e organizações sociais. Desconstruir o preconceito sobre as pessoas vivendo com HIV/Aids e conscientizar a juventude a respeito de comportamentos seguros de prevenção.