A senadora Simone Tebet (MDB-MS) oficializou, nesta quarta-feira (8), sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições 2022, figurando como primeira mulher, até o momento, a anunciar que irá disputar o Palácio do Planalto no ano que vem.
Apesar do anúncio ter saído hoje, a candidatura da senadora já vem sendo trabalhada dentro do partido há alguns meses. Segundo informações da analista da CNN Renata Agostini, um marqueteiro já foi contratado para começar a traçar estratégias e para aumentar a viabilidade do nome da senadora dentro e fora do partido.
Em entrevista à CNN em novembro, o presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), apostou que o nome de Tebet irá liderar a chamada “terceira via” – o nome dado a quem, em tese, irá representar a “alternativa” para Jair Bolsonaro (PL) ou o ex-presidente Lula (PT).
“A Simone tem demonstrado uma capacidade de trabalho muito grande. Na CPI da Covid, ela defendeu a vida, defendeu o Brasil e os brasileiros, ela tem um histórico – enquanto mulher na política – de muita luta. É uma candidatura que nós do MDB acreditamos que vai crescer, que pode liderar esse movimento de terceira via, essa é a nossa intenção, é nisso que nós acreditamos”, disse Rossi.
Ao longo de 2021, a atuação de Tebet na CPI da Pandemia junto a outras senadoras que lutaram por uma cadeira para as mulheres na investigação destacou-a a nível nacional – mesmo com episódios marcados pelas denúncias de machismo no ambiente masculino do Senado.
Em setembro, a sessão da CPI que ouvia o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, estava se encaminhando para o final quando ele chamou Tebet de “descontrolada” após um questionamento da senadora sobre suspeitas do contrato de compra da vacina Covaxin.
O ataque sofrido por uma das mais ativas parlamentares na CPI teve destaque na cobertura da imprensa naquela semana, mas a atuação de Tebet na política já vem de antes.
Trajetória política
Formada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Simone Tebet é natural de Três Lagoas (MS) e é fruto da política local.
A senadora teve como principal auxiliador político o pai, Ramez Tebet, que foi governador do estado do Mato Grosso do Sul, prefeito de Três Lagoas e também senador da República.
Antes de concorrer a um mandato eletivo, Tebet atuou por 12 anos como professora universitária em universidades diversas, como a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Também foi consultora técnica jurídica e diretora técnica legislativa da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul.
Tebet foi eleita primeiramente como deputada estadual do MS, onde atuou entre 2002 e 2004. Decidiu concorrer às eleições à Prefeitura de Três Lagoas em 2004, sendo a primeira mulher eleita para o cargo com cerca de 66% dos votos. Conseguiu a reeleição à Prefeitura em 2008.
Nas eleições de 2010, foi eleita como vice-governadora do Mato Grosso do Sul na chapa de André Puccinelli, cargo no qual permaneceu até 2015, quando saiu do Executivo estadual para assumir o primeiro mandato de senadora do MS.
Com atuações em diversas comissões ao longo dos anos como senadora – o mandato de Tebet, por durar oito anos, será encerrado em 2023 –, em 2019, concorreu dentro da bancada do MDB para disputar a presidência do Senado, mas o nome escolhido foi o de Renan Calheiros (MDB-AL).
No mesmo ano, Tebet foi eleita como a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, posto que exerceu até o fim de 2020.