A Igreja Evangélica Luterana na América fez história nos Estados Unidos em 2021 ao nomear pela primeira vez uma pessoa abertamente transgênero para um bispado — um ato inédito para uma grande denominação cristã americana.
Aos 41 anos, Megan Rohrer lidera hoje um dos 65 sínodos da igreja no país, supervisionando quase 200 congregações no norte da Califórnia e norte de Nevada.
“É uma coisa bizarra e maravilhosa. Se você passa a vida inteira sem saber se terá permissão sequer para ser pastor, é uma coisa de outro mundo se imaginar como bispo”, declarou Rohrer em entrevista ao programa de rádio Newsday, da BBC.
Megan Rohrer entrou para o grupo de pastores da Igreja Evangélica Luterana na América em 2010, junto a outro seis pastores LGBTQ+, depois que a instituição permitiu que pastores não celibatários em relacionamentos com pessoas do mesmo sexo servissem à igreja.
Megan Rohrer e a esposa, Laurel, têm dois filhos e vivem em San Francisco, na Califórnia.
Natural de Dakota do Sul, Rohrer adota a identificação não binária (ou seja, nem masculina nem feminina) e o pronome de gênero neutro da língua inglesa “they”.
Sua trajetória, relata, foi marcada por provações ao se descobrir como trans e também por projetos para moradores de rua e comunidades LGTBQ +.
“A quantidade de abusos religiosos que as pessoas falavam perto de mim e ao meu redor foi suficiente para me fazer estudar religião”, diz em um vídeo da revista americana Cosmopolitan, publicado em seu site pessoal.
“Se minha eleição te confunde, que essa confusão te inspire a notar todas as outras coisas maravilhosas que Deus está planejando e que você pode ter perdido”, tuitou após a eleição para o bispado.