As tentativas de encontrar sobreviventes e resgatar corpos de vítimas da chuva em Petrópolis continuam neste sábado (19), apesar de interrupções temporárias devido à chuva.
Segundo a Defesa Civil, sirenes de alerta foram acionadas e dois avisos já foram enviados por SMS e em grupos de comunicação com as comunidades para informar a formação de núcleos de chuva.
É o quinto dia de buscas ligadas à tragédia, que até o início da tarde deste sábado (19) deixou 152 mortos, 165 desaparecidos e 967 pessoas desabrigadas.
No fim da tarde, o corpo de um homem foi encontrado dentro de um rio da região. Às 16h, mais dois corpos de crianças foram achados no Morro da Oficina. Por volta das 12h30, os corpos de uma grávida e de uma criança de dois anos também tinham sido localizados.
As equipes de busca se dividem em três áreas principais — os setores Alfa, Bravo e Charlie, que abrangem regiões como o Morro da Oficina, a Rua Teresa, o Alto da Serra, a Chácara Flora, a Vila Felipe, Caxambu e localidades vizinhas. O posto de Comando Central está localizado no 15º Grupamento de Petrópolis.
Uma forte neblina atrapalha as buscas.
Durante a sexta-feira, a população do município temeu que novos deslizamentos pudessem acontecer. Isso porque voltou a chover forte na cidade no início da noite. Sirenes no primeiro distrito foram acionadas, mas por volta das 21h30 a chuva deu uma trégua.
Para este sábado, a previsão é de que chova ao longo dia. O Climatempo tempo prevê que o dia deve ser de sol, com muitas nuvens e com períodos nublados, com chuva a qualquer hora. O volume de precipitação pode chegar a 22 milímetros ao longo do dia.
Perfil das vítimas
O Instituto Médico-Legal (IML) em Petrópolis informou que, dos 139 mortos, 81 são mulheres e 51 homens, sendo 27 menores de idade. Ao todo, 97 corpos foram identificados, e outros 69 liberados. Veja quem são algumas das vítimas já reconhecidas.
O IML recebeu ainda partes de outros três corpos – nesse caso, não é possível identificar se são de homem ou de mulher. Por isso, será preciso fazer a coleta de material genético de parentes para tentar identificar as vítimas.
Até quinta-feira (17), o IML tinha apenas um caminhão frigorífico para armazenar os corpos. Na sexta, o órgão passou a contar com dois caminhões e dois contêineres frigoríficos.
Com o tempo instável em Petrópolis, o coronel Leandro Monteiro, secretário estadual de Defesa Civil e comandante dos bombeiros, explicou que não pode avançar com máquinas pesadas, como tratores, em qualquer lugar.
“Nesses locais onde a população pede o uso de máquinas, nós não podemos entrar com máquinas agora. O Corpo de Bombeiros acredita encontrar pessoas com vida ali”, afirmou Monteiro. “Eu não posso remover o solo da maneira que eles querem”, acrescentou.
Monteiro detalhou o protocolo dos bombeiros: “Temos uma técnica para este tipo de desastre. Primeiro, precisamos de silêncio. É um trabalho manual, chamamos as pessoas pelo nome, depois passamos com os cães treinados para encontrarem pessoas vivas, e depois os bombeiros passam fazendo mais um chamado pelo nome”.