Presente em todos os 52 municípios do Estado de Rondônia, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RO) tem a função de planejar, coordenar, executar e controlar as ações relacionadas à habilitação de condutores, documentação e serviços relacionados a veículos, além de promover a educação para o trânsito. Para tais ações, a autarquia conta com os serviços prestados por seus funcionários, no qual fazem parte as mulheres, que desempenham com competência e dedicação suas funções profissionais, incluindo cargos de liderança.
Dentre elas, se destaca a diretora-geral adjunta do Detran Rondônia, Benedita Aparecida Oliveira. Para chegar onde está, passou por momentos difíceis, onde precisou reunir coragem e superar as peças da vida.
Nascida em Mato Grosso, aos cinco anos, juntamente com os pais, Benedita Aparecida Oliveira foi morar no Estado de São Paulo. Ela, a mãe, dona de casa e um irmão portador de necessidades especiais, conviveram com o alcoolismo do pai. “Fomos vítimas do alcoolismo, e eu precisava sair daquela situação. Eu tinha a educação e o trabalho como solução”.
Segundo a diretora, em 1987, o Estado de Rondônia recrutou pessoas para trabalhar na Polícia Militar, e aos 21 anos veio morar em Porto Velho. Fez o Curso de Formação de Soldado da PM, e teve a carreira militar em grande parte exercida no trânsito.
“Tive muitos colegas e comandantes como referência dentro da PM, e os desafios eram grandes dentro da Corporação, onde o grande número dos profissionais são homens. Me formei sargento, e fui trabalhar em Ariquemes e depois em Cujubim. Foi um período bem turbulento, com muitas invasões de terra, comércio ilegal de madeira, enfim um período de muitas situações conflituosas, e eu era a ‘mulher’ no Comando. Cujubim foi um referencial, as pessoas me olhavam de forma respeitosa, e minha equipe era como uma família” – lembrou.
Em 2005, Benedita foi para a Reserva Remunerada da Polícia Militar. Desde 2019 exerce a função de diretora-geral adjunta do Detran e descreve este momento como desafiador. “A mulher é disciplinada, rigorosa com seus conceitos, e apesar dos desafios, tenho a convicção das minhas capacidades. Os desafios existem, mas também existem as superações. Tudo que passei foi algo que me fez um ser humano melhor, pois superei o alcoolismo do meu pai, vim sozinha para um estado desconhecido, e venci”.
DESAFIOS E TEMPOS MODERNOS
A gerente financeira, Regina Célia Felippe Mendes Mancebo é casada, mãe de dois filhos, e tem 27 anos de trabalho no Detran. Conta que fez o concurso para trabalhar na autarquia porque lhe trazia segurança, e o horário de trabalho também lhe proporcionou tempo para cuidar dos filhos. “Ter uma profissão e ter tempo para cuidar da família é o desafio das mulheres. Você ter uma atividade fora do lar faz bem. Já passei pela fase de ficar em casa para cuidar de meus filhos, meu trabalho me proporciona conviver com outras pessoas, me manter informada e atualizada, e isso enriquece a vida” – destaca.
Regina Célia diz que se sente privilegiada, pois nunca se sentiu em desvantagem com relação aos homens, colegas de trabalho. “Sempre houve respeito nas relações de trabalho, e penso que nós mulheres temos um olhar diferenciado, olhamos para todos os lados, e vemos todos os detalhes no ambiente, nas pessoas, nos envolvemos muito; isso demonstra nosso comprometimento”.
Regina destaca ainda que ter sucesso na vida profissional é fazer o que gosta, ter companhia e pessoas de confiança ao seu redor, ter planos concretizados e avançar.
Formada em ciências contábeis, ela é chefe nas áreas de Arrecadação, Contábil, de Dívida Ativa e Finanças dentro da autarquia, e diz que apesar do cargo requerer atributos diversos, ela conta com uma equipe muito competente.
“Já passei por diversos setores no Detran, e vejo o quanto conseguimos desenvolver nossas habilidades. A mulher é guerreira, nos dispomos a trabalhar por 24 horas, porque nossas funções são diversas no trabalho, na família, em casa” – finaliza a gerente financeira do Detran.