Neste domingo (8), Elon Musk publicou em seu Twitter uma nota onde o diretor da agência espacial russa (Roscosmos), Dmitry Rogozin, parece ameaçá-lo. Rogozin afirma que Musk forneceu equipamentos de acesso à rede Starlink a “forças fascistas” da Ucrânia sob ordens do Pentágono, e que o bilionário “será responsabilizado como um adulto, não importa o quanto se faça de bobo”.
Musk retrucou dizendo que, caso morra em circunstâncias misteriosas, “foi bom conhecer vocês” — ironizando uma possível ameaça russa.
Não há nenhuma novidade na declaração de Rogozin, pois ele apenas segue a postura do presidente russo, Vladimir Putin, que considera inimigo da Rússia qualquer um que ajude a Ucrânia. O diretor do programa espacial russo frequentemente faz declarações bombásticas como esta em suas redes na tentativa de “ficar por cima” da situação, como quando ameaçou desorbitar a ISS sobre os EUA.
No início de abril, Rogozin ameaçou abandonar a Estação Espacial Internacional (ISS) caso as sanções impostas à Rússia desde a invasão à Ucrânia não fossem retiradas — o que não aconteceu. Depois, ele afirmou que a Roscosmos saíra da ISS, só não disse como e quando.
Também não é a primeira vez que Rogozin e Musk se alfinetam. Em 2014, quando os EUA só podiam contar com a nave russa Soyuz para ir ao espaço, o russo disse que a NASA precisaria de um “trampolim” para enviar seus astronautas à ISS. Naquela época Rogozin, então vice-primeiro-ministro da Rússia, não estava satisfeito com as sanções impostas após o país ter invadido e anexado ao território russo a Crimeia, região que pertencia à Ucrânia.
Em 2020 os EUA retomaram a capacidade de lançar seus astronautas a partir de solo norte-americano graças à combinação do foguete Falcon 9 e da cápsula Crew Dragon, ambos da SpaceX, de Elon Musk.
Naquele ano a SpaceX enviou dois astronautas para a ISS na missão Demo-2. Em comemoração, Elon Musk tuitou: “o trampolim está funcionando!” — ironizando a declaração de Rogozin seis anos antes. Musk tem fornecido à internet via Starlink à Ucrânia desde fevereiro para manter a infraestrutura de comunicação do país.