Pfizer e Moderna protegem da Covid-19 por mais tempo, diz estudo

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Um recente estudo revelou que as vacinas da Pfizer e Moderna são as que protegem por mais tempo contra a Covid-19. De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica PNAS e divulgada pela Folha de São Paulo, o alto grau de proteção ocorre devido ao uso da tecnologia de RNA mensageiro (mRNA).

Segundo o levantamento, conduzido por cientistas das universidades Yale e da Carolina do Norte, o objetivo era estimar a probabilidade de infecções futuras por Sars-Cov-2 entre quem já contraiu o vírus e em pessoas imunizadas com as vacinas da Pfizer, Moderna, AstraZeneca ou Janssen. 

Doses de diferentes vacinas contra a Covid-19

De acordo com os resultados, a Moderna e a Pfizer podem proteger por um tempo médio de até 29,6 meses. Já as vacinas da AstraZeneca e da Janssen alcançam o tempo máximo de 22,4 e 20,5 meses, respectivamente. No caso das infecções naturais, a mediana é de 21,5 meses. 

Tanto os anticorpos por infecção natural quanto os induzidos por vacinas diminuem gradativamente com o tempo. Para os cientistas, os dados obtidos ajudam no cálculo de um tempo ideal para que as pessoas recebam doses de reforço. Segundo conclusão do artigo, pessoas vacinadas com Pfizer e Moderna podem receber o primeiro reforço dentro de um ano. Já os imunizados com AstraZeneca e Janssen em cinco meses e 4,5 meses, respectivamente. 

O estudo também refuta ideias 

Para o o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor na Unesp e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, o artigo também refuta algumas ideias: uma de que se expor ao vírus adiciona mais anticorpos do que as vacinas de mRNA (o pico e a duração da imunidade com vacinas de mRNA são muito maiores). A outra é que ele desmistifica o receio do uso de uma nova tecnologia (a mRNA), já que a pesquisa confirmou que ela oferece maior proteção do que os imunizantes de vetor viral. 

Vale destacar, porém, que o fato “não inviabiliza os imunizantes de vetor viral, porque eles [também] conferem anticorpos e reduzem as chances de hospitalização e óbito”, ressaltou o professor. Juntamente com a médica imunologista Cristina Bonorino, professora da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) e integrante do comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunologia, Barbosa também lembrou que o estudo não considerou a ação das células T, fundamentais nas respostas antivirais.

“Os anticorpos impedem cargas virais mais altas, mas o que protege mesmo são as células T. É comum as pesquisas analisarem apenas anticorpos porque é mais fácil medi-los, mas essa não é toda a história, não podemos nos basear apenas neles”, disse Bonorino. 

Ilustração de imunizante CoronaVac

CoronaVac não foi considerada 

Conforme explicação do autor principal do artigo, Jeffrey Townsend, professor na Escola de Saúde Pública de Yale, a CoronaVac não foi incluída na medição devido a dificuldade de coletar dados sobre a vacina no Brasil. O pesquisador acredita, no entanto, que o esquema de reforço realizado no Brasil, de vacinação com Coronavac e reforço com Pfizer, por exemplo, já promovem uma maior proteção. 

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