Negociando as vacinas contra a varíola dos macacos há algum tempo, o Governo fará a aplicação das doses de forma restrita, alcançando apenas os casos confirmados e profissionais da saúde. A afirmação foi feita na segunda-feira (25) pelo ministro da saúde, Marcelo Queiroga, que ressaltou que não há vacinação em massa em nenhuma parte do mundo.
“A maior parte, quase a totalidade dos casos, foi identificada em homens que fazem sexo com homens. Isso não é para estigmatizar essas pessoas. Apenas para que tenhamos mais precauções, até porque isso pode se expandir para outros grupos, crianças, gestantes”, explicou Queiroga durante um evento sobre vigilância em saúde, que ocorreu em Brasília.
“Estou falando isso porque é mais importante tomar cuidado com todos esses aspectos, isolamento dos casos, do que com a questão da vacina. Não há previsão de vacinação em massa em relação à monkeypox em nenhum país do mundo. São grupos específicos, que as autoridades ainda não têm consenso”, concluiu o gestor.
O ministro acrescentou que o governo pretende ainda expandir a capacidade de diagnóstico da varíola dos macacos para mais laboratórios.
Varíola dos macacos é emergência global de saúde
No último sábado (23), a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou oficialmente a varíola dos macacos como uma “emergência global de saúde pública”. Ao todo, são mais de 16,5 mil casos confirmados em mais de 70 países.
De acordo com informações da Folha de São Paulo, a vacina contra a varíola deixou de ser produzida junto com a erradicação da doença, em 1980. Atualmente, existem duas opções: a Jynneos, da Bavarian Nordic, e a ACAM2000, da Sanofi.
Em junho, em uma entrevista ao Metrópoles, o Secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, já havia confirmado a negociação do governo brasileiro na compra das vacinas. De acordo com o gestor, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) irá intermediar a aquisição.