PF apreende ouro, carros e relógios de luxo em casas do ‘Sheik dos Bitcoins’ e de outros investigados por fraudes de até R$ 4 bilhões com criptomoedas

0
172

Barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros e relógios de luxo foram apreendidos pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quinta-feira (6), em endereços ligados ao empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins” e a outros investigados.

Segundo a polícia, eles são alvos de uma operação contra uma quadrilha investigada por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, com vítimas no Brasil e no exterior.

Os investigados são suspeitos de movimentar, no Brasil, até R$ 4 bilhões com as fraudes.

Grande parte do dinheiro arrecadado pelo grupo era usado para a compra de imóveis caros, embarcações, reformas, roupas de grife, joias, viagens e outros gastos de alto custo.

Durante a operação, policiais federais e agentes da Receita Federal cumpriram 20 mandados de busca e apreensão em Curitiba, São José dos Pinhais, no Paraná, além de Governador Celso Ramos, em Santa Catarina, Barueri, São José do Rio Preto, em São Paulo, e em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

O grupo responde por crimes de estelionato, lavagem transnacional de dinheiro e organização criminosa. As ordens de busca foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba.

Operação da PF mira organização investigada por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Pedido da Interpol

O delegado Filipe Hille Pace, da PF, disse que a investigação começou em março deste ano, depois de um pedido de cooperação policial internacional, feito pela Interpol, com solicitação da Homeland Security Investigations (HSI), do Department of Homeland Security da Embaixada dos EUA em Brasília EUA.

O pedido informava sobre uma investigação no exterior que identificou uma organização criminosa, liderada por Francisley Valdevino da Silva, de Curitiba, suspeita por fraudes em esquema de pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas, lavagem de ativos, crimes contra o sistema financeiro.

A investigação apontou que a quadrilha aplicava golpes no Brasil e no exterior, desde 2016.

O “Sheik dos Bitcoins” atuava como responsável por chefiar a organização, segundo a polícia. Ele possuía mais de cem empresas abertas no Brasil vinculadas a ele. Com esse grupo empresarial, as fraudes eram aplicadas nacional e internacionalmente.

O grupo atuava no Brasil com o aluguel de criptomoedas com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.

Conforme a polícia, milhares de vítimas foram lesadas por confiarem nos serviços prometidos pelas empresas, que alegavam vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos.

Eles afirmavam possuir uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e garantindo que, assim, iriam gerar lucros.

A operação apontou que o empresário contava com membros da família dele nas fraudes. Os familiares eram funcionários das empresas e se apropriavam dos valores investidos pelas vítimas.

Operação da PF fez buscas contra grupo investigado por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Grupo agia em mais de 10 países

No exterior, segundo a PF, a organização criminosa atuava com marketing multinível, nos Estados Unidos e em outros 10 países.