Tebet anuncia equipe de secretários do Planejamento com duas mulheres, mas sem negros

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet, anunciou nesta quarta-feira (11) em entrevista coletiva os primeiros nomes de seu secretariado na pasta.

A lista é formada por cinco nomes, sendo duas mulheres – mas nenhum negro ou negra.

Na semana passada, Tebet informou que pretendia montar uma equipe com diversidade na pasta. Mas também declarou que estava “difícil” levar mulheres pretas para trabalhar em Brasília.

  • Ela explicou, na ocasião, que mulheres pretas geralmente são arrimo de família (sustentam a casa) e, com isso, fica difícil tirá-las de suas cidades.
  • Ainda segundo a ministra, o salário oferecido no ministério não é bom o suficiente para encorajar a mudança.
  • No dia seguinte, a ministra acrescentou que tinha recebido “um monte de currículo”.
  • Uma lista de especialistas pretas e pardas foi encaminhada pela ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, a partir do banco de perfis do projeto Elas no Orçamento.

Simone Tebet reconheceu a ausência de pessoas não brancas no discurso em que apresentou a equipe.

“Gostaria muito como secretária-executiva-adjunta pudesse estar conosco a figura da economia Vilma Pinto. O problema é que ela tem mandato pela IFI”, citou Tebet.

Vilma Pinto é mulher e negra. É economista, mestre em economia empresarial e finanças e diretora da Instituição Fiscal Independente, vinculada ao Senado.

“Nós tivemos longas conversas a respeito e chegamos à conclusão conjunta que, por mais experiente e importante que ela seria nesse conjunto conosco, ela está cumprindo papel muito relevante no Senado. E, no popular né, não dá pra vestir um santo desvestindo o outro.”

Segundo Tebet, eventuais secretários e diretores pretos e pardos “vão vir primeiro pela sua capacidade pessoal e experiência profissional”.

Veja os nomes anunciados no Planejamento

  • Gustavo Guimarães, secretário-executivo

Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade de Juiz de Fora (MG) e mestre em Economia pela Universidade Federal Fluminense, Guimarães já foi:

  • secretário parlamentar do Senado Federal;
  • secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria no antigo Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes; e
  • secretário-adjunto da Fazenda.

Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Macroeconomia e Econometria.

  • Paulo Bijos na Secretaria de Orçamento Federal

Consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados, ele ocupará a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) – responsável por coordenar e supervisionar a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a proposta de orçamento anual (LOA).

A SOF também integra a equipe que faz o acompanhamento anual da execução do orçamento, que libera ou bloqueia recursos (para atingimento das metas fiscais ou do teto de gastos).

Em conjunto com Daniel Couri, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, Bijos é responsável por uma proposta para a nova âncora fiscal, que terá de ser enviada até agosto para substituir o teto de gastos (mecanismo que limita a maior parte das despesas à inflação do ano anterior).

Eles defendem um plano fiscal de médio prazo aliado à revisão periódica de gastos (cancelando os não eficientes), já adotado em outros países, além da limitação de despesas para cada item orçamentário.

Consultor de Orçamento do Senado Federal, Paulo Bijos — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

  • Leany Lemos na Secretaria de Planejamento

Mestre em Ciência Política e doutora em Estudos Comparados sobre as Américas pela Universidade de Brasília (UnB), ela foi:

  • secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal de 2015 a 2018; e
  • secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do Rio Grande do Sul, de janeiro de 2019 a junho de 2020.

É servidora de carreira do Senado Federal desde 1993.

A secretária de Planejamento, Leany Lemos, durante entrevista — Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

  • Renata Amaral na Secretaria de Financiamento Externo e Integração Nacional

Renata Amaral é doutora em direito comércio internacional pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Universidade de Maastricht (Holanda). Também: