Despejo de água radioativa de Fukushima eleva tensão entre China e Japão

O governo de Pequim informou que bloqueará importações de frutos do mar do Japão; governo japonês garantiu que água não traz riscos

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China informou, nesta semana, que vai bloquear as importações de frutos do mar do Japão. Segundo a BBC, a medida é uma retaliação ao país, que começou a despejar água radioativa da usina nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico.

Para quem tem pressa:

  • A China informou, nesta semana, que vai bloquear as importações de frutos do mar do Japão;
  • A medida chinesa é uma retaliação ao Japão, que começou a despejar água radioativa da usina nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico;
  • Enquanto a China toma medidas mais drásticas, outros países reagiram de maneira menos radical;
  • O governo japonês garantiu que a água não representa riscos aos ecossistemas, posição apoiada por muitos cientistas;
  • Já críticos da medida argumentam que é necessário conduzir mais estudos e interromper o despejo.

Entre os países insatisfeitos com o despejo, o governo de Pequim – que é o principal comprador de frutos do mar do Japão – foi o que foi mais longe, a ponto de retaliar o país. A China classificou a decisão japonesa como “extremamente egoísta e um ato de irresponsabilidade”.

Água radioativa de Fukushima

O governo japonês garantiu que a água não representa riscos aos ecossistemas, posição apoiada por muitos cientistas, incluindo a Agência Internacional de Energia Atômica. No entanto, críticos da medida argumentam que é necessário conduzir mais estudos e interromper o despejo.

O bloqueio das importações chinesas de frutos do mar do Japão é um movimento calculado para prejudicar a economia japonesa. Para você ter uma ideia, China e Hong Kong importam mais de US$ 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 5,36 bilhões) em produtos marinhos do Japão anualmente. Esse bloqueio representa metade das exportações de produtos marinhos do país.

A relação entre China e Japão já passava por dificuldades nos últimos anos, e essa ação da China reflete essa tensão. Analistas observam que o bloqueio dos produtos marinhos japoneses é mais um sintoma do agravamento das relações entre os dois países, que têm enfrentado desafios diplomáticos.

Enquanto a China toma medidas mais drásticas, outros países reagiram de maneira menos radical. A Coreia do Sul, por exemplo, já proibia alguns frutos do mar japoneses e teve uma reação mais discreta. As relações entre Coreia do Sul e Japão, apesar das diferenças históricas, têm se aproximado nos últimos anos em resposta a ameaças da China e da Coreia do Norte.

Enquanto isso, manifestações ocorreram em várias cidades, incluindo Hong Kong, Tóquio e Seul, mostrando a preocupação e o descontentamento público em relação ao despejo das águas residuais da central nuclear de Fukushima.

Acidente nuclear

Uma série de incidentes nucleares ocorreram na usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, após um terremoto e tsunami atingirem o país em 11 de março de 2011.

O desastre resultou numa das piores crises nucleares da história e teve um impacto significativo na indústria nuclear global, além de causar danos ambientais e sociais de longo prazo.

O desastre começou quando um terremoto de magnitude 9,0 atingiu a costa nordeste do Japão, gerando um tsunami que inundou a usina nuclear de Fukushima Daiichi, cortando a eletricidade e danificando os sistemas de resfriamento dos reatores. Isso levou a uma série de falhas nas unidades nucleares, incluindo o derretimento dos núcleos dos reatores.

Os reatores 1, 2 e 3 sofreram fusões nucleares parciais, liberando grandes quantidades de material radioativo no ambiente. Além disso, explosões de hidrogênio ocorreram nas três unidades, causando danos significativos aos edifícios dos reatores. A liberação de radiação obrigou a evacuação de milhares de pessoas das áreas circundantes.