O calor que atinge o Brasil tem mudado a rotina de muita gente. Em Mato Grosso do Sul, onde foi registrada a temperatura mais alta do país três vezes na última semana, moradores da cidade de Porto Murtinho, por exemplo, deixam de circular pelas ruas ao meio-dia e as aulas tiveram que mudar de horário por causa do calor.
“Na quinta-feira a gente começa um horário intermediário, das 15 às 17h30, porque o pico do calor é das 11h às 14h”, diz a secretária de Educação de Porto Murtinho, Rita de Cássia Pereira.
A cidade quase chegou aos 43°C nesta semana e, com tanto calor, cada aluno tem a sua garrafa de água na escola. Para aliviar a quentura, a equipe põe barras de gelo nos bebedouros duas vezes ao dia.
Segundo os meteorologistas, esse calor é porque a cidade recebe ar quente que vem do Norte do país e o relevo da região faz com que esse ar fique preso.
“Ficam realmente assim, canalizados nessa fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e depois indo para o Sul do Brasil. Então, essa região de fronteira tem sido mais aquecida do que outras áreas do estado”, explica o meteorologista da Climatempo José Pegorim.
Saúde em risco
No hospital de Porto Murtinho, em quatro dias, 30% dos atendimentos foram de casos relacionados ao calor.
“A população está sujeita a desidratação, isso faz mal para a nossa saúde. Mesmo a gente já sendo acostumado com o calor”, diz o médico Felipe Gonçalves Fernandes.