Nova IA vai ajudar a descobrir origem e melhorar tratamento de câncer

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A IA já foi incorporada no setor de saúde e está ajudando na comunicação entre médico e paciente, no trabalho administrativo e na melhora nos diagnósticos. No entanto, a tecnologia é baseada em grandes conjuntos de dados e ainda não tem grande utilidade em pesquisas que precisam da geração de conhecimento, como na medicina. Pesquisadores resolveram mudar isso: eles criaram um novo tipo de IA que analisa hipóteses e pode ajudar na descoberta da origem e de novos tratamentos para o câncer.

Novo tipo de IA para a medicina

Pesquisadores da Mayo Clinic, uma ONG de saúde e pesquisa dos Estados Unidos, inventou uma nova inteligência artificial: a IA orientada por hipóteses, como eles a batizaram.

Ao contrário da IA convencional, que aproveita grandes conjuntos de dados para ajudar em tarefas de geração, classificação e reconhecimento, a nova IA será destinada a resolver questões científicas a partir do entendimento de onde elas vêm. Por exemplo, ao invés de informar o que é o câncer, ela vai analisar hipóteses sobre sua formação para pensar como melhor tratá-lo.

De acordo com os pesquisadores, a ideia vem da dificuldade de integrar o conhecimento já existente sobre as questões de saúde com as hipóteses. Juntando esses dois âmbitos, a IA pode ajudar a fornecer análises sobre a situação e propor novas hipóteses a partir de dados.

Segundo o Medical Xpress, os investigadores pretendem usá-la para encontrar novas formas de se compreender o câncer ao integrar diferentes áreas de estudo, como variantes genéticas e interação do câncer com outros genes. Ela também poderá sugerir e monitorar como os pacientes estão reagindo a novos tratamentos.

Médico segurando chapa de ressonâncias cerebrais

Aplicações da IA para câncer

De acordo com a equipe, a nova IA pode ser usada em qualquer área da pesquisa para o câncer, desde a classificação de tumores até a descoberta de genes e a resposta dos pacientes aos tratamentos.

Veja alguns dos benefícios:

  • A IA é direcionada, ou seja, concentra-se em hipóteses específicas para a área de estudo. Além disso, ela aproveita o conhecimento cientifico já existente para tentar dar novos rumos a ele, como encontrar brechas que ficaram pelo caminho;
  • Ela é interpretável, dando resultados mais direcionados e fáceis do que a IA convencional;
  • A necessidade de recursos para alimentá-la é reduzida, já que ela requer menos dados de treinamento e menos poder de computação;
  • O raciocínio da nova IA ajuda cientistas a testar novas hipóteses a partir do conhecimento já adquirido pela tecnologia.

Desvantagens

Segundo o Dr. Hu Li, autor sênior e co-inventor da IA, a tecnologia é altamente especializada e requer experiência, o que pode limitar sua acessibilidade.

Além disso, há potencial para construção de preconceitos a partir do treinamento, os quais Li alerta que os pesquisadores ficarão atentos para evitar.