Apenas 3,7% dos alunos na 3ª série do ensino médio da rede pública tiveram aprendizagem adequada em matemática em 2021, segundo o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024, publicado nesta quarta-feira (13). Essa é a menor taxa desde 2017.

Quando matemática e língua portuguesa são associados, o percentual desce para 3,2%, referente aos alunos da rede pública que tiveram aprendizagem adequada em sala de aula.

Por outro lado, o estudo do Todos Pela Educação aponta que os estudantes brasileiros tiveram uma melhor aprendizagem em língua portuguesa, chegando a 28,6%.

A 11ª edição do levantamento, que reúne os principais dados educacionais do país, também traz recortes por localidade e por renda.

Entre os estudantes do ensino médio em regiões rurais, os números são ainda mais graves, pois apenas 1,9% deles tiveram aprendizagem adequada em matemática em 2021. O número sobe para 3,8% entre os alunos urbanos.

A desigualdade também pode ser observada na comparação entre os 20% mais pobres e 20% mais ricos. Enquanto apenas 1,5% dos primeiros tiveram aprendizagem adequada em 2021, o número vai para 6,9% entre os mais ricos.

Apesar dos indicadores insatisfatórios de aprendizagem, o Anuário aponta que 81,2% dos jovens de 15 a 17 anos estavam matriculados no ensino médio em 2021, tanto na rede pública quanto na rede privada. É a maior taxa desde 2013, com uma alta consistente.

Além disso, o índice de distorção idade-série (dois ou mais anos de atraso na trajetória escolar) é a menor da série histórica, atingindo 21,6% dos jovens.

O abandono escolar é outro desafio do ensino médio para a educação brasileira. Mesmo assim, o índice caiu para 3,8% em 2023, ante 6,5% em 2022.

Ensino fundamental

O estudo ainda mostra que os indicadores aprendizagem caíram em todos os níveis de ensino. Nos anos finais do ensino fundamental, por exemplo, apenas 15,3% dos estudantes do 9º da rede pública tiveram aprendizagem adequada em matemática.

O número caiu em relação a 2019, quando 18,4% dos alunos tiveram aprendizagem adequada na disciplina.

O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024 é a primeira edição após a pandemia de Covid-19, por isso os resultados revelam o impacto da pandemia na educação brasileira, principalmente entre os estudantes mais vulneráveis.

O documento utiliza dados as pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do MEC (Ministério da Educação).