O que está em jogo na fusão Azul-Gol?
No último dia 15 de janeiro, Azul e Gol, duas das maiores companhias aéreas do Brasil, anunciaram o início das negociações para uma possível fusão. O acordo depende da conclusão da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, prevista para abril, além da aprovação do Cade e da Anac. Caso aprovada, a nova empresa controlaria 60% do mercado de aviação comercial no país.
Aumento de tarifas: o impacto para o consumidor
Especialistas apontam que a fusão pode elevar os preços das passagens devido à redução da concorrência. Dados do IBGE indicam um aumento acumulado de 22,5% nas tarifas entre janeiro e novembro de 2024. Apesar de uma queda em 2023, as projeções para 2025 sugerem uma nova alta global nos preços de passagens.
Riscos de concentração de mercado no setor aéreo
Com 60% do mercado e quase 100 rotas controladas, a fusão pode criar um cenário de duopólio, dificultando a entrada de novas empresas. O domínio de slots nos maiores aeroportos do Brasil também pode se tornar uma barreira estratégica, reduzindo a competitividade.
Regulamentação: Cade e Anac podem barrar a fusão?
A aprovação regulatória será desafiadora. Órgãos como o Cade podem exigir a venda de rotas específicas para evitar concentração excessiva. Segundo especialistas, o impacto para o consumidor será um dos principais pontos de análise para decidir o futuro do acordo.
Como a fusão afetará a concorrência e as rotas no Brasil?
A união das duas empresas reduzirá o número de voos, concentrando rotas e limitando a oferta. Capitais como Recife e Belo Horizonte podem ter até 90% dos voos controlados pela nova companhia. A Latam, principal concorrente, pode seguir a tendência e aumentar tarifas, piorando ainda mais a situação para os consumidores.