Gasolina, Álcool e Diesel Sobem a Partir de Hoje
A gasolina, o álcool combustível (etanol) e o diesel sofreram aumento em todo o Brasil a partir de hoje. O reajuste pode pressionar ainda mais a inflação, especialmente a de alimentos, trazendo preocupações ao governo Lula (PT).
O Que Explica o Aumento no Preço dos Combustíveis
O aumento do preço da gasolina e do álcool está relacionado ao reajuste no percentual do ICMS, imposto estadual que agora sofrerá um acréscimo médio de R$ 0,10 por litro. Com isso, o valor final do ICMS sobre a gasolina alcança R$ 1,47.
O diesel, por sua vez, passará por dois reajustes: o preço para as distribuidoras subirá R$ 0,22 por litro, e o ICMS também terá um aumento de R$ 0,06 por litro. Dessa forma, o preço médio do diesel será de R$ 3,72 nas distribuidoras, com o ICMS fixado em R$ 1,12.
Por Que o Diesel Está Defasado em Relação ao Exterior
A diferença entre o preço do diesel praticado no Brasil e no mercado internacional é de cerca de 15%, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). A Petrobras informou que desde dezembro de 2022 os preços do diesel tiveram uma redução acumulada de R$ 1,20 por litro.
Impacto Econômico do Reajuste dos Combustíveis
Os reajustes preocupam o setor de transportes. O diesel representa aproximadamente 35% dos custos no transporte de carga, especialmente no agronegócio, onde são necessárias longas rotas. Segundo Carlos Panzan, da FETCESP, o repasse do aumento ao valor do frete pode demorar até quatro meses.
Além disso, o impacto do aumento será significativo na inflação, afetando o custo do frete, que influencia toda a cadeia de alimentos e produtos essenciais.
Inflação e Desafios para o Governo Lula
A alta dos combustíveis pressiona diretamente o IPCA, índice que mede a inflação. De acordo com a especialista Renata Silveira Bilhim, um aumento de 1% no preço da gasolina pode elevar o IPCA em 0,5%.
O professor Alexandre Espirito Santo, da ESPM, acredita que o Banco Central será obrigado a manter os juros elevados para controlar a inflação, que pode atingir 5,4% em 2025. O aumento nos preços dos alimentos já é um dos principais motivos para a reprovação do governo, que está em 37%.