Governo federal organiza recepção e repatriação dos imigrantes
O voo trazendo brasileiros deportados dos Estados Unidos aterrissou em Fortaleza, Ceará, na tarde desta sexta-feira (7). A operação ocorre em meio ao aumento no número de repatriados pelas autoridades norte-americanas.
A CNN Brasil confirmou a chegada do voo, com base em informações do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). O grupo saiu de Alexandria, na Louisiana, realizou uma parada técnica em Porto Rico e prosseguiu viagem para o Brasil.
Governo brasileiro organiza transporte final dos repatriados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que um diplomata do Consulado-Geral em Houston acompanhasse o embarque dos brasileiros. Logo após o pouso em Fortaleza, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizará o transporte dos repatriados até o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG).
Embora o plano original previsse uma parada direta em Belo Horizonte, a Presidência da República decidiu alterar o roteiro. A mudança teve como objetivo evitar que os deportados desembarcassem algemados, como ocorreu na operação anterior.
Polêmicas em torno das políticas migratórias dos EUA
Durante o governo de Donald Trump, os Estados Unidos endureceram suas políticas migratórias. Entre as medidas mais controversas, as autoridades passaram a algemar todos os imigrantes deportados, mesmo aqueles sem histórico criminal.
No primeiro voo de repatriação, que pousou em Manaus no dia 24 de janeiro, autoridades brasileiras demonstraram surpresa diante das condições dos imigrantes. Muitos deportados relataram abusos, além de terem enfrentado precariedade nos centros de detenção norte-americanos. Diante dos relatos, o então ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ordenou que as algemas fossem retiradas imediatamente após o pouso.
Governo brasileiro reage e condena os abusos
O Ministério da Justiça emitiu uma nota oficial criticando duramente o uso das algemas. Segundo o órgão, a prática representa um “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”.
Além disso, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) reforçou a crítica, classificando o tratamento como “degradante”. A autoridade diplomática informou que continuará monitorando a situação para evitar novos episódios de abusos contra brasileiros deportados.