As xícaras da renomada marca de luxo Tânia Bulhões, conhecidas por seus preços elevados que superam R$ 200, tornaram-se alvo de intensa polêmica. Consumidores denunciaram a semelhança entre os itens vendidos pela empresa e produtos similares encontrados em outros países a preços significativamente mais baixos. Esse episódio reacendeu também um caso de fraude envolvendo a fundadora da marca.
Origem da Polêmica
A controvérsia ganhou destaque após um vídeo viral no TikTok, que ultrapassou 1 milhão de visualizações. No conteúdo, uma mulher relata ter encontrado em um café na Tailândia uma xícara idêntica à da coleção Marquesa, vendida pela Tânia Bulhões. A diferença? O produto estrangeiro não exibia a marca da empresa brasileira.
Ao comparar com a peça adquirida no Brasil, a consumidora percebeu que o logotipo da Tânia Bulhões havia sido apenas sobreposto ao design original. As redes sociais rapidamente amplificaram o debate, levando a empresa a se pronunciar oficialmente.
Resposta da Marca
No dia 4 de fevereiro, a Tânia Bulhões emitiu uma nota afirmando que tomaria medidas legais contra a disseminação de informações falsas. A empresa também defendeu a exclusividade da coleção Marquesa, mas reconheceu que não fabrica todos os seus produtos. Segundo a nota, um parceiro teria descumprido o contrato ao vender excedentes de produção sem autorização.
Em 7 de fevereiro, um segundo comunicado foi publicado. Desta vez, a empresa anunciou a descontinuação das coleções Marquesa, Mediterrâneo, Lírio e Entre Rios. A nota também ofereceu aos clientes a possibilidade de troca ou devolução dos produtos adquiridos. “Pedimos desculpas pela insegurança gerada e pelos questionamentos absolutamente legítimos que surgiram nos últimos dias”, declarou a marca, demonstrando um tom mais conciliador.
Como medida preventiva, a empresa informou que está estudando a criação de uma unidade de produção própria em Uberaba, Minas Gerais.
Histórico de Fraude
Com a exposição do caso recente, internautas relembraram um escândalo envolvendo a fundadora da empresa, Tânia Bulhões. Em 2010, Tânia foi condenada pela Justiça Federal por fraude em importações. A empresária foi acusada de subfaturar mercadorias e movimentar recursos financeiros de forma irregular.
A sentença de 4 anos de prisão foi convertida em prestação de serviços comunitários e multa de R$ 1,7 milhão, destinada a entidades assistenciais. Além disso, ela ficou impedida de deixar o país sem autorização judicial. As investigações apontaram movimentações financeiras de grande porte, envolvendo contas internacionais.
