Cientistas Revelam Como “Desligar a Ansiedade” Sem Efeitos Colaterais

Novo estudo revela método inovador para controlar a ansiedade sem os efeitos adversos das medicações atuais

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Cientistas descobrem um novo método para “desligar” a ansiedade no cérebro. A pesquisa promete revolucionar o tratamento da ansiedade, ao eliminar os efeitos colaterais das medicações convencionais. Publicado na revista científica Neuron em 28 de janeiro, o estudo abre portas para uma abordagem mais precisa e eficaz no combate à ansiedade. Mas será que a ansiedade está com os dias contados?

Como Funciona a Descoberta?

A descoberta dos cientistas se baseia em uma técnica chamada fotofarmacologia, que mapeia o impacto de medicamentos no cérebro por meio da ativação controlada de luz. O estudo se concentrou em um receptor específico nas células cerebrais, o mGluR2, que, quando ativado, demonstrou reduzir os sinais de ansiedade sem afetar a memória.

De acordo com Joshua Levitz, professor associado de bioquímica na Weill Cornell Medicine, em Nova Iorque, “nossas descobertas indicam um novo e importante alvo para o tratamento de transtornos relacionados à ansiedade. Além disso, a fotofarmacologia oferece uma abordagem precisa para entender como os tratamentos funcionam no cérebro.”

Ativação do Receptor e Seus Efeitos

A pesquisa revelou que a ativação do receptor mGluR2 tem um efeito direto na redução dos sintomas de ansiedade, sem causar os efeitos colaterais típicos de outros tratamentos. O receptor mGluR2 está presente em várias áreas do cérebro e está diretamente ligado ao controle da ansiedade.

Ao estudar o impacto dessa ativação em um circuito cerebral específico que termina na amígdala — a região do cérebro responsável pelo processamento emocional —, os cientistas observaram uma significativa redução nos sinais de ansiedade. Diferente de outros medicamentos, não houve sonolência, dificuldades de concentração ou comprometimento cognitivo, efeitos adversos comuns em muitos tratamentos para ansiedade.

A Inovadora Técnica de Fotofarmacologia

O grande avanço desse estudo foi o uso da fotofarmacologia. Essa técnica permite ativar moléculas específicas no cérebro através de luz, oferecendo controle preciso sobre a ação dos medicamentos. Usando essa tecnologia, os pesquisadores conseguiram identificar dois circuitos cerebrais diretamente relacionados à ansiedade.

  • Primeiro circuito: Conecta o córtex pré-frontal ventromedial à amígdala. Quando esse circuito é ativado, a ansiedade é reduzida, mas há prejuízo na memória.
  • Segundo circuito: Vai da ínsula até a amígdala, onde a ansiedade também diminui, mas sem efeitos colaterais.

Próximos Passos: O Futuro do Tratamento da Ansiedade

Com base nos resultados promissores, os pesquisadores pretendem dar continuidade ao estudo para aperfeiçoar tratamentos de ansiedade. O objetivo é desenvolver maneiras de atingir de forma seletiva o circuito ínsula-amígdala, evitando ativar outros receptores cerebrais e minimizando os efeitos adversos.

Além disso, os cientistas planejam expandir suas pesquisas para investigar outros tipos de medicamentos, como antidepressivos e opioides, oferecendo novas possibilidades terapêuticas para doenças relacionadas ao cérebro.

Conclusão: A descoberta pode ser um marco importante na luta contra a ansiedade, oferecendo tratamentos mais seguros e eficazes no futuro. A fotofarmacologia se destaca como uma ferramenta promissora para avançar na medicina neurocientífica, e esse é apenas o começo de uma revolução no tratamento de transtornos mentais.