Na contramão da inflação, 43 alimentos ficaram mais baratos no último ano; veja quais são

Apesar da queda em alguns preços, economistas explicam por que o consumidor ainda sente alta nos preços de alimentos essenciais

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Nos últimos 12 meses, o Brasil experimentou um aumento geral nos preços dos alimentos, com a categoria de alimentação e bebidas subindo 7,25% — bem acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou 4,5%. No entanto, contrariando essa tendência de alta, 43 alimentos ficaram mais baratos no mesmo período. Mas será que essa queda pode realmente aliviar o bolso do consumidor? Economistas explicam as razões para a impressão de que os preços continuam elevados, apesar das quedas pontuais.

Alimentos Que Ficaram Mais Baratos em 2024

Embora muitos produtos tenham subido de preço, a redução de valores em alguns itens é um alívio para as famílias. Entre os 176 produtos analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 43 apresentaram quedas nos preços. A lista inclui feijão, frutas e verduras, mas exclui itens como arroz e carnes, que continuam pressionando os orçamentos.

Quais Alimentos Ficaram Mais Baratos?

  • Feijão Carioca: -17,77%
  • Ovos de Galinha: -1,91%
  • Peixes: Variações para baixo em algumas espécies de peixe

Os alimentos para consumo em casa que ficaram mais baratos nos últimos 12 meses

Por outro lado, produtos como carne bovina, suína, de aves, café e leite continuam a registrar aumentos expressivos.

Por Que a Queda nos Preços Não Alivia o Bolso do Consumidor?

De acordo com Fernando Duarte, economista e supervisor técnico do Dieese-MG, a percepção da inflação não é determinada apenas pela quantidade de produtos mais baratos, mas pelo impacto desses itens no orçamento familiar. Alimentos como carne, que consomem grande parte da renda das famílias, são mais sentidos pelos consumidores quando aumentam de preço, o que pode gerar a impressão de uma alta generalizada.

André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, complementa:
“Embora a queda no preço de frutas como manga, maracujá e melancia seja visível, o impacto delas no orçamento das famílias é pequeno. O que realmente faz diferença são os alimentos essenciais, como carne, açúcar, café e óleo de soja, que tiveram altas nos últimos meses.”

A Sensibilidade do Consumidor à Inflação

Outro fator importante é a forma como o consumidor percebe as variações de preço. Fernando Duarte explica que a população é muito mais sensível a aumentos de preço do que a quedas. “Mesmo que os ovos tenham ficado mais baratos nos últimos meses, se o preço subir no supermercado, o consumidor focará nesse aumento e se esquecerá da queda anterior.”