Vacina que pode reduzir a mortalidade infantil chega ao SUS

Imunização contra os vírus sinciciais A e B oferece proteção para gestantes e bebês, com potencial para salvar milhares de vidas no Brasil.

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A nova vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) foi incorporada ao SUS. Com isso, gestantes poderão proteger seus bebês nos primeiros meses de vida, reduzindo internações e complicações respiratórias graves.

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês. Ele é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças menores de 2 anos.

De acordo com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde, uma em cada cinco crianças infectadas precisa de atendimento ambulatorial. Além disso, uma em cada 50 é hospitalizada no primeiro ano de vida. Diante desse cenário preocupante, novas estratégias foram adotadas.

Nova Vacina Contra VSR Está Disponível no SUS

Novas opções de tratamento serão oferecidas pelo SUS (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Para reduzir o número de hospitalizações, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da vacina recombinante contra os vírus sinciciais A e B no Sistema Único de Saúde (SUS). Esse imunizante será aplicado em gestantes para que o bebê receba anticorpos já durante a gestação. Assim, os recém-nascidos estarão protegidos nos primeiros meses de vida, quando são mais vulneráveis.

SUS Amplia Proteção e Pode Beneficiar 2 Milhões de Bebês

Vacina oferece maior proteção para bebês (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Segundo especialistas, essa vacina pode prevenir aproximadamente 28 mil internações anuais. Além disso, o uso combinado da vacina com o anticorpo monoclonal nirsevimabe pode proteger até 2 milhões de bebês.

Com essa estratégia, espera-se uma queda significativa nas internações e complicações causadas pelo VSR. Essa proteção ampliada representa um grande avanço na saúde infantil e pode salvar vidas.

Como Funcionam as Novas Tecnologias?

O nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que oferece proteção imediata contra o VSR. Diferente das vacinas tradicionais, ele não precisa estimular o sistema imunológico do bebê para ser eficaz.

Por outro lado, a vacina recombinante cria uma resposta imune na mãe. Assim, durante a gestação, o recém-nascido recebe os anticorpos passivamente. Com isso, ele estará protegido logo nos primeiros meses de vida, um período crítico para complicações respiratórias.

Ampliação da Cobertura Contra o VSR

Até agora, o SUS oferecia o palivizumabe, indicado apenas para bebês prematuros extremos e crianças com doenças graves. No entanto, essa proteção era restrita a um grupo menor de bebês.

Com a chegada das novas tecnologias, espera-se aumentar a cobertura para 300 mil crianças a mais. Dessa forma, mais bebês terão acesso à imunização e menos internações ocorrerão.

Impacto da Vacinação na Saúde Infantil

Entre 2018 e 2024, o Brasil registrou 83.740 internações de bebês prematuros causadas pelo VSR. Com a inclusão da vacina e do nirsevimabe no SUS, esse número pode cair consideravelmente.

Além disso, a redução das hospitalizações significa um alívio para o sistema de saúde. Menos internações representam menos custos hospitalares e mais leitos disponíveis para outras emergências pediátricas.

Um Novo Marco na Proteção Infantil

A chegada dessas vacinas ao SUS representa um avanço crucial na prevenção de infecções respiratórias. Com isso, mais gestantes terão acesso à imunização, garantindo mais segurança para seus bebês.

Além disso, a estratégia combinada da vacina e do anticorpo monoclonal amplia a proteção para um número maior de crianças. Esse avanço reforça a importância da imunização como ferramenta essencial para reduzir a mortalidade infantil.

Com a ampliação da cobertura vacinal, o Brasil dá um passo importante para garantir mais saúde e qualidade de vida para as futuras gerações.