Governo anuncia vacina 100% nacional contra a dengue no SUS em 2026

A partir do próximo ano, serão ofertadas 60 milhões de doses

0
521

Governo anuncia vacina contra a dengue no SUS a partir de 2026

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciaram nesta terça-feira (25), em Brasília, a produção da primeira vacina 100% nacional contra a dengue. O imunizante será de dose única e terá ampla distribuição. Dessa forma, espera-se fortalecer o combate à doença no Brasil.

A previsão é que, a partir de 2026, o SUS disponibilize 60 milhões de doses anuais. Além disso, o volume poderá aumentar conforme a demanda e a capacidade produtiva. Portanto, a expectativa é garantir uma ampla cobertura vacinal.

Vacinação e elegibilidade

“Esperamos vacinar toda a população elegível [de 2 a 59 anos] em dois anos”, disse a ministra. No entanto, idosos não estão incluídos no momento, pois os testes clínicos ainda seguem em avaliação. Dessa maneira, futuras análises poderão ampliar o público-alvo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) continua analisando o pedido de registro do imunizante. Para isso, o Instituto Butantan enviou a solicitação em dezembro de 2024. Recentemente, a agência pediu mais informações sobre a vacina e já concluiu a análise de qualidade, segurança e eficácia. Assim, o registro pode ser aprovado em breve.

Produção e parceria estratégica

O Instituto Butantan produzirá a vacina em parceria com a empresa WuXi Biologics. Além disso, o projeto faz parte do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local do Ministério da Saúde. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou as pesquisas clínicas, garantindo a viabilidade do projeto.

O Ministério da Saúde assegurou a compra das doses pelo governo. “Assim, vacinaremos a população dentro da faixa recomendada pela Anvisa, um feito único no mundo”, destacou Nísia Trindade.

O governo investiu R$ 1,26 bilhão na vacina. Além disso, R$ 68 milhões financiarão estudos para ampliar a faixa etária de imunização. Como resultado, pesquisadores também avaliarão a aplicação conjunta da vacina contra a dengue com a de Chikungunya. Dessa forma, busca-se aumentar a eficácia da imunização.

Impacto da nova vacina contra a dengue

Com a introdução dessa vacina, espera-se reduzir significativamente os casos graves da doença. Além disso, a imunização ajudará a desafogar o sistema de saúde, prevenindo hospitalizações e óbitos causados pela dengue. Ademais, essa iniciativa contribuirá para a redução dos custos com tratamentos hospitalares.

Combate à dengue no Brasil

Até que a vacinação em massa ocorra, o governo reforça a importância das medidas preventivas contra a dengue. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, em 2025, o Brasil já registrou 401.408 casos prováveis, 160 óbitos confirmados e 387 em investigação. Como resultado, o coeficiente de incidência é de 188,8 casos para cada 100 mil habitantes. Portanto, a prevenção continua sendo essencial.

Outros avanços na saúde: produção nacional de insulina e vacinas inovadoras

O governo também anunciou a produção nacional da insulina Glargina e novas vacinas, demonstrando o compromisso com a saúde pública e a independência na fabricação de medicamentos essenciais. Dessa maneira, o país poderá garantir maior acesso a tratamentos essenciais.

Produção nacional da insulina Glargina

O Brasil fabricará a insulina Glargina por meio do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). O projeto contará com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da empresa Biomm. Assim, a produção nacional garantirá maior segurança no fornecimento.

A unidade da Fiocruz em Eusébio, no Ceará, produzirá o insumo farmacêutico ativo (IFA). Essa será a primeira fábrica de insulina da América Latina. Como consequência, o primeiro fornecimento ao SUS acontecerá no segundo semestre de 2025. A meta é produzir 70 milhões de unidades anuais. Dessa forma, o Brasil se tornará autossuficiente nesse setor.

Benefícios da produção nacional de insulina

Com essa iniciativa, o Brasil reduzirá a dependência de importação, garantindo um fornecimento contínuo para os pacientes que necessitam do medicamento. Além disso, isso permitirá um melhor controle sobre os preços e a qualidade do produto. Portanto, os benefícios atingirão diretamente os usuários do SUS.

Vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR)

Outra novidade é a parceria entre o Instituto Butantan e a Pfizer para fabricar até 8 milhões de doses anuais da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Como resultado, o governo pretende reduzir 28 mil internações anuais causadas pelo vírus. O SUS começará a distribuir essa vacina no segundo semestre de 2025. Dessa maneira, a população terá maior proteção contra o VSR.

Avanço na proteção contra o VSR

Essa imunização beneficiará principalmente bebês e idosos, que estão entre os grupos mais vulneráveis às complicações causadas pelo vírus. Além disso, ajudará a reduzir o impacto da doença nos hospitais. Assim, espera-se melhorar a capacidade de atendimento das unidades de saúde.

Vacina contra a Influenza H5N8

O Brasil também avança na produção da vacina contra a Influenza H5N8. Esse avanço fortalece a capacidade de resposta rápida a futuras emergências sanitárias. Como resultado, as parcerias garantirão a fabricação de mais de 30 milhões de doses anuais, consolidando o país na inovação em saúde pública. Portanto, o Brasil estará mais preparado para enfrentar epidemias futuras.

Prevenção e resposta a pandemias

A capacidade de produzir essa vacina de forma independente permitirá uma resposta mais eficiente em caso de surtos de gripe aviária ou mutações do vírus. Dessa forma, o Brasil se torna menos vulnerável a crises sanitárias globais. Assim, a população poderá contar com um sistema de saúde mais preparado.

Inovação e investimentos na saúde nacional

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou que os investimentos seguem a estratégia da Nova Indústria Brasil (NIB), voltada para fortalecer a indústria nacional de saúde.

“O setor da saúde foi um dos que mais receberam recursos para inovação. O presidente Lula modernizou o parque industrial e incentivou a pesquisa”, afirmou Alckmin.

Com esses investimentos, o Brasil se consolida como líder na produção de vacinas e insumos estratégicos. Além disso, essa iniciativa amplia o acesso da população a imunizantes e tratamentos essenciais pelo SUS, reforçando a autossuficiência nacional na fabricação de medicamentos e vacinas. Assim, a população poderá contar com avanços constantes na saúde pública.