A pandemia de Covid-19 oficialmente chegou ao fim, mas o vírus ainda circula e infecta milhares de pessoas todos os meses. Enquanto isso, pesquisadores ao redor do mundo continuam estudando a doença para compreender melhor seus efeitos e prevenir novos surtos. No entanto, esse trabalho pode sofrer impactos devido a uma recente decisão do governo dos Estados Unidos.
A Casa Branca anunciou o cancelamento de bilhões de dólares destinados ao financiamento de pesquisas sobre o coronavírus. Especialistas em saúde alertam que essa medida pode comprometer o enfrentamento de futuras pandemias.
EUA lideravam o financiamento mundial de pesquisas

O governo de Donald Trump anunciou o corte de verbas como parte de uma iniciativa para reduzir gastos públicos. Segundo um documento interno dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), os recursos foram liberados para lidar com a pandemia, mas, com a crise sanitária controlada, o governo considera que novos investimentos não são mais necessários.
Por outro lado, especialistas destacam que os Estados Unidos lideravam o financiamento global de pesquisas científicas. Recentemente, quase 600 projetos em andamento estudavam o SARS-CoV-2 e suas variantes com apoio norte-americano.
Cientistas alertam para impactos na prevenção de novas pandemias

O SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, já matou mais de 7 milhões de pessoas no mundo. Embora a pandemia esteja controlada, cientistas ressaltam que a continuidade das pesquisas sobre o vírus é essencial para preparar o planeta para futuras crises sanitárias.
Um grupo de pesquisadores publicou um artigo na revista Nature criticando a decisão da Casa Branca. Segundo eles, o cancelamento dos repasses financeiros coloca em risco a capacidade de resposta global a novos surtos e epidemias. Os especialistas consideram a medida “perigosa para a preparação de futuras pandemias”.
Além de interromper estudos sobre o vírus e suas mutações, o corte de verbas afeta o desenvolvimento de vacinas mais eficazes. Até o momento, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA não comentou oficialmente a decisão.