O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (23) após se tornar um dos alvos de uma megaoperação da Polícia Federal. A investigação apura descontos irregulares em pensões e aposentadorias realizados por entidades conveniadas ao instituto.
A operação mobilizou a PF para cumprir 211 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão preventiva, em 13 estados e no Distrito Federal. O foco da investigação é um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões, segundo informações da corporação.
🔍 PF mira servidores e entidades por esquema bilionário
A Polícia Federal apura a atuação de entidades, operadores e servidores públicos envolvidos em cobranças indevidas. Segundo a PF, o prejuízo causado pelas entidades ultrapassa R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A investigação aponta que esses descontos ocorreram sem autorização dos beneficiários, diretamente nas folhas de pagamento do INSS.
Foram também determinadas ordens de sequestro de bens no valor de R$ 1 bilhão e o afastamento de seis servidores, incluindo integrantes da atual diretoria do INSS em Brasília.
⚖️ Cobranças irregulares começaram no governo Bolsonaro
O portal Metrópoles, que revelou o esquema, destacou que as entidades firmaram convênios com o INSS a partir do governo Jair Bolsonaro (PL). Os descontos referiam-se a mensalidades de associações, com promessas de benefícios como planos de saúde, seguros e auxílio-funeral.
Contudo, muitos aposentados e pensionistas não autorizaram os débitos, e só perceberam os descontos ao receber seus contracheques. Diversos casos acabaram na Justiça.
🔄 Governo Lula agiu após denúncias
Após as denúncias publicadas pelo Metrópoles, o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou André Fidelis, então diretor de Benefícios do INSS, como resposta inicial ao escândalo.