O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recuou neste sábado (26) e retirou o pedido de destaque. Antes, ele pretendia levar a decisão sobre a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello para julgamento no plenário físico da Corte.

Com a desistência, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, confirmou que o julgamento será retomado virtualmente na segunda-feira (28).

Apesar da tentativa de Gilmar, cinco ministros anteciparam seus votos. Dessa forma, formaram maioria para manter Collor preso.

O julgamento virtual tem, até agora, placar de 6 a 0. Votaram com o relator, Alexandre de Moraes, os ministros Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Edson Fachin, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Ainda faltam os votos de Gilmar Mendes, Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux.

Por outro lado, o ministro Cristiano Zanin se declarou impedido de votar. Ele atuou como advogado de envolvidos na Operação Lava Jato.

Prisão de Collor

Na noite de quinta-feira (24), Alexandre de Moraes determinou a prisão imediata de Fernando Collor. A ordem visou o cumprimento da sentença relacionada a um caso da Lava Jato.

Collor foi detido na madrugada de sexta-feira (25), enquanto se deslocava para Brasília. O ex-presidente pretendia cumprir espontaneamente a ordem judicial. No entanto, teve um recurso negado pela Corte.

Após a audiência de custódia, Moraes decidiu que Collor cumpra pena em Maceió. Ele ficará em cela individual na ala especial do Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira. O ministro negou o pedido de prisão domiciliar, apesar dos argumentos da defesa sobre idade avançada, Parkinson e transtorno bipolar.

Em 2023, o STF condenou Fernando Collor a oito anos e dez meses de prisão. A sentença envolveu crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em esquema de propinas na BR Distribuidora, antiga subsidiária da Petrobras.