Impactos da Redução de Ultraprocessados na Alimentação Escolar

Escolas públicas brasileiras recebem nova política alimentar com menos ultraprocessados

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O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) implementará mudanças significativas em 2025. O limite de alimentos processados e ultraprocessados no cardápio escolar será reduzido de 20% para 15%. A medida tem como objetivo melhorar a qualidade da alimentação dos estudantes, promovendo refeições mais saudáveis e diversificadas.

Além disso, em 2026, o limite será ainda mais restrito, caindo para apenas 10%. Dessa forma, o governo espera reduzir problemas como obesidade infantil e deficiências nutricionais.

Alimentação Saudável: Uma Prioridade para 40 Milhões de Estudantes

O PNAE atende cerca de 40 milhões de estudantes em 150 mil escolas distribuídas por 5.570 municípios. O programa oferece aproximadamente 50 milhões de refeições por dia, com um custo anual de R$ 5,5 bilhões.

O anúncio foi realizado durante a 6ª edição do Encontro Nacional do PNAE, em Brasília, na última terça-feira (4). O evento contou com a presença de autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação Camilo Santana. Além deles, participaram nutricionistas, merendeiras, professores e estudantes de diversas regiões do país.

Lula Destaca a Importância da Merenda para o Aprendizado

Durante o evento, Lula relembrou o descaso histórico com a educação no Brasil. Ele afirmou que uma alimentação de qualidade é essencial para o aprendizado.

“Quem nunca passou fome não sabe a capacidade de não aprender nada com fome. É duro. Paulo Freire dizia: quando a gente come, a gente fica inteligente.”

Portanto, investir na alimentação escolar é uma forma de garantir melhores condições de estudo e combater desigualdades sociais.

Impactos da Nova Medida no Combate à Obesidade Infantil

O ministro Camilo Santana ressaltou os riscos à saúde causados pelo consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. Segundo ele, o aumento da obesidade infantil é um dos principais problemas enfrentados atualmente.

Além disso, Santana destacou que o programa continuará priorizando a compra de alimentos da agricultura familiar. Atualmente, 30% dos produtos adquiridos pelo PNAE são provenientes dessa fonte. A nova diretriz vai fortalecer esse percentual, beneficiando especialmente mulheres agricultoras.

Por exemplo, produtos frescos como canjica, cuscuz e frutas já começaram a substituir alimentos industrializados, como biscoitos. A nutricionista Jaqueline de Souza confirmou essas mudanças, explicando que a alimentação nas escolas melhorou significativamente.

De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2023, 14,2% das crianças brasileiras com menos de cinco anos apresentam excesso de peso ou obesidade. Esse índice é quase três vezes superior à média global de 5,6%. Entre adolescentes, a taxa chega a 33%.

Projeto Alimentação Nota 10: Capacitação em Segurança Alimentar

O governo também anunciou o projeto Alimentação Nota 10, que tem como foco a capacitação de 4,5 mil nutricionistas e merendeiras. O projeto busca criar um ambiente colaborativo para promover a segurança alimentar e práticas mais sustentáveis nas escolas.

O investimento será de R$ 4,7 milhões. Entre os parceiros do projeto estão a Itaipu Binacional, o Instituto Federal do Sul de Minas Gerais e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Profissionalizante.

Dessa forma, o governo espera fortalecer ainda mais a qualidade das refeições oferecidas nas escolas.

Reajuste no Valor da Merenda Escolar

Outro avanço importante foi o reajuste nos repasses do PNAE. Após assumir o governo, Lula autorizou um aumento de 39% para o valor da merenda escolar no ensino médio e fundamental.

No entanto, as escolas indígenas, quilombolas e de educação infantil tiveram um reajuste um pouco menor, de 35%. As demais etapas receberam um aumento de 28%. Esses valores corrigem um período de seis anos sem qualquer atualização nos repasses.