Na mesma transmissão, Felipe Santa Cruz também defendeu o isolamento social: “Vamos ficar em casa, com serenidade, e tudo isso vai passar.”
Também nesta segunda, o ministro Gilmar Mendes, do STF, ressaltou que prefeitos e governadores estão tomando decisões alinhadas às determinações do Ministério da Saúde de isolamento social.
“É verdade que temos essas disputas, mas, a mim, parece que a orientação do Ministério da Saúde é inconfundível com as posições que estados e municípios vem defendendo”, disse, em defesa da atuação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Gilmar Mendes completou ainda que surgiram “problemas políticos” a partir do posicionamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, que tem criticado o isolamento social e defendido o retorno de parte dos trabalhadores às atividades.
No Legislativo, líderes do Senado assinaram nesta segunda um manifesto em defesa de isolamento social. O texto foi aprovado nesta manhã durante reunião de líderes do Senado.
“O Senado Federal se manifesta de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde e apoia o isolamento social no Brasil, ao mesmo tempo em que pede ao povo que cumpra as medidas ficando em casa”, ressalta o manifesto.
Segundo o vice-presidente da Casa, Antonio Anastasia (PSD-MG), todos os líderes concordaram com o teor do documento e devem assiná-lo digitalmente.
Bolsonaro quer fim do isolamento
Nas últimas semanas, o presidente Bolsonaro tem se manifestado contra o isolamento das pessoas como medida para frear a transmissão da covid-19.
O presidente alega que mortes pelo coronavírus vão ocorrer, mas que o país não pode suspender as atividades, como defendem autoridades da saúde e outras áreas, devido aos efeitos na economia brasileira.
Bolsonaro defende que seja adotado no país o chamado isolamento “vertical”, que prevê o confinamento apenas das pessoas que têm mais risco de desenvolver complicações se contraírem a covid-19, como idosos acima dos 60 anos e pessoas com doenças pré-existentes, como diabetes.
No domingo (29), o presidente voltou a contrariar a política de isolamento e fez um passeio por Brasília que provocou aglomerações de pessoas. Usando seu linguajar costumeiro, disse que é preciso poupar vidas, mas que todos vão morrer um dia. E que é preciso atenção para o impacto da pandemia na economia.
“Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, porra. Não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia. Queremos poupar a vida? Queremos. Na parte da economia, o Paulo Guedes tá gastando dezenas de bilhões de reais, que é do Orçamento, que é dinheiro do povo, se bem que nem dinheiro é. Pegamos autorização do Congresso para estourar o teto, que vai ser paga essa conta lá na frente”, disse o presidente.