Com 209 novos casos confirmados, o Amazonas já registra 2.479 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, conforme boletim divulgado, nesta quarta-feira (22), pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). O estado registra um total de 207 mortes causadas pela Covid-19, enquanto o número de pacientes recuperados da doença chega a 879.
Conforme a FVS-AM, 1.203 casos confirmados da Covid-19 no Amazonas estão em isolamento social ou domiciliar. O número de pessoas recuperadas da doença é de 879, e elas são consideradas fora do período de transmissão.
Um dos casos é de Antônio Guedes da Silva, de 66 anos, que ganhou alta após a internação, nesta terça-feira (21), e se divertiu com equipe médica da Fundação de Apoio ao Idoso ao retornar para o local, que funciona como abrigo em Manaus.
Dos casos confirmados no Amazonas, 1.958 foram registrados em Manaus. Outros 32 municípios também registram casos confirmados da Covid-19, sendo que Manacapuru apresenta o maior número, com 230 confirmados e 14 mortes.
A cidade de Manacapuru é o município da região metropolitana de Manaus com maior incidência de casos e mortes por Covid-19 por habitantes no estado do Amazonas. O município mais que dobrou o total de registros da doença em uma semana.
As outras cidades que apresentam casos confirmados da doença são: Itacoatiara (48), Iranduba (37), Parintins (35), Maués (29), Tabatinga (22), São Paulo de Olivença (15), Benjamin Constant (13), Tonantins (13), Presidente Figueiredo (12), Santo Antônio do Iça (11), Careiro Castanho (9), Anori (8), Maraã (7), Tefé (6), Careiro da Várzea (4), Autazes (3). As cidades Coari, Lábrea, Novo Airão e Rio Preto da Eva apresentam dois casos, cada. Os municípios que apresentam apenas um caso da doença são: Anamã, Barcelos, Beruri, Boca do Acre, Canutama, Carauari, Juruá, Jutaí, Manicoré, Nova Olinda do Norte e Santa Isabel do Rio Negro.
Mortes por Covid-19 no AM exige medidas extremas
Conforme o último boletim da FVS-AM, 273 mortes por Covid-19 já foram notificadas no Amazonas. O número de óbitos confirmados pela doença subiu para 207, com taxa de letalidade de 8,35%. Outras 22 mortes foram descartadas, e 44 seguem sob investigação.
Nesta terça-feira (21), a Prefeitura de Manaus informou que está fazendo valas comuns, chamadas pelo órgão de trincheiras, para enterrar vítimas do novo coronavírus no no cemitério público Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã, Zona Oeste.
O rápido aumento de mortes por Covid-19 no estado fez com que dezenas de covas fosse abertas no mesmo cemitério, desde a última sexta-feira (17). Segundo informações da prefeitura, desde março, houve um acréscimo de aproximadamente 50% na demanda. Cartórios da capital também estenderam o regime de plantão para atender alta demanda de registro de óbito.
Na segunda-feira (20), contêineres frigoríficos foram instalados no local para comportar a alta demanda de caixões que estão sendo enviados de hospitais públicos da capital, muitos de vítimas do novo coronavírus.
A implantação de contêineres frigoríficos também foi uma medida adotada pelo Governo do Amazonas para comportar os corpos de vítimas de Covid-19 em hospitais de Manaus, após a repercussão de um vídeo que mostra corpos posicionados ao lado de pacientes internados no Hospital João Lúcio, na Zona Leste de Manaus.
Sistema de saúde do AM em colapso
O boletim desta quarta-feira (22), divulgado pela FVS-AM, aponta que 898 pacientes estão internados com suspeita e confirmação do novo coronavírus. Desses, 190 casos testaram positivos para a Covid-19 e os outros 708 continuam sob investigação.
Em leitos clínicos, são 81 pacientes confirmados para a Covid-19 e outros 548 suspeitos. Nos leitos de UTI, são 109 pacientes positivos para o novo coronavírus, e 160 suspeitos.
A secretária estadual de saúde, Simone Papaiz, informou, na terça-feira (21), em coletiva de imprensa virtual, que, em média, a taxa de ocupação de leitos está em torno de 96% a 97%, tanto em UTI, quanto nos leitos de internação.
O drama de quem busca um leito no estado está sendo vivido por cada vez mais pessoas. Nesta terça-feira (21), uma imagem que circulou em redes sociais mostra um paciente inconsciente em uma unidade de Pronto Atendimento, em Manaus. O homem estava com dificuldade para respirar e os médicos tiveram que improvisar um “equipamento”: um saco plástico que funcionou como uma câmara de ar para o rapaz.
Simone Papaiz alegou que o Estado busca contratar novos profissionais para aumentar o número de leitos disponíveis do Estado. Em uma teleaudiência com o Governo do Estado, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) decidiu manter as exigências de uma ação que pede o aumento de leitos do Hospital Delphina Aziz – referência no tratamento de covid-19 em Manaus -, além da utilização do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HGV) e Hospital Beneficente Português.
O Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), representado pelo Dr. Mário Vianna, entregou para a Assembleia Legislativa do Estado (ALE), nesta terça-feira (21), um pedido de impeachment do governador do Amazonas, Wilson Lima, e do vice-governador Carlos Almeida Filho. A categoria alega má gestão da saúde no período da Covid-19 no Amazonas. A ALE-AM também enviou um pedido de intervenção federal no estado à presidência da República.
O período de estado de calamidade pública no Amazonas foi prorrogado por mais 180 dias em virtude do aumento no número de casos de contaminação por coronavírus na região.