FIUMICINO, 24 AGO (ANSA) – As autoridades sanitárias da Itália cogitam testar uma vacina contra o novo coronavírus no Brasil e em outros países onde a disseminação do Sars-CoV-2 ainda é “muito forte”.
A candidata Grad-CoV2 foi desenvolvida pela empresa de biotecnologia italiana Reithera, em parceria com o Instituto Lazzaro Spallanzani, hospital de Roma que é a maior referência em doenças infecciosas no país.
A primeira fase de ensaios clínicos em humanos, quando se avalia a segurança da vacina, começou nesta segunda-feira (24), na capital italiana, mas as próximas etapas dos testes devem acontecer em outros países.
Segundo o diretor sanitário do Lazzaro Spallanzani, Francesco Vaia, as fases 2 e 3 estão previstas para começar no “outono” do Hemisfério Norte, que vai de setembro a dezembro, “provavelmente no exterior”.
“Sobretudo em lugares como Brasil, México ou outros países onde o contágio é muito mais forte”, declarou Vaia neste domingo (23), em coletiva de imprensa no Aeroporto de Fiumicino, nos arredores de Roma.
Já nesta segunda-feira, na apresentação da primeira fase de ensaios clínicos, o diretor do Spallanzani confirmou a intenção de fazer as próximas etapas “em um país da América Latina”. A meta do hospital e da Reithera é iniciar a produção e comercialização da vacina até o fim do primeiro semestre de 2021.
Pelo fato de não ter controlado a pandemia, o Brasil foi escolhido para participar da terceira e última fase de testes em humanos de diversas vacinas contra o coronavírus, com destaque para a de Oxford, que também teve participação italiana – da empresa de biotecnologia Advent-IRBM – em seu desenvolvimento.
A candidata da Reithera utiliza um adenovírus de chimpanzés para apresentar ao organismo a proteína spike, que o Sars-CoV-2 usa para invadir as células humanas.
O projeto obteve 8 milhões de euros em financiamentos públicos, sendo 5 milhões do governo regional do Lazio e 3 milhões do Ministério da Universidade e da Pesquisa.
Outra candidata “made in Italy”, esta desenvolvida pela Takis Biotech, também deve começar os estudos clínicos em breve. Assim como a Grad-CoV2, a candidata usa adenovírus de chimpanzés para levar a proteína spike ao organismo. (ANSA).