O anúncio foi feito pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, durante a reunião do governador João Doria (PSDB) com prefeitos do estado para tratar do plano de vacinação.
Produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a CoronaVac ainda precisa ter a eficácia comprovada antes de ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão do governo de São Paulo é a de que os documentos sejam entregues à Anvisa nesta quinta-feira, quando também devem ser divulgados os resultados dos testes feitos no país.
Mesmo com os adiamentos na divulgação da eficácia da CoronaVac, o governo mantém a previsão de início da vacinação no dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo.
O secretário também informou que além dos 5.200 postos de vacinação já existentes nas cidades do estado, esse número deve ser ampliado para 10 mil com a utilização de escolas, quartéis da PM, estações de trem, terminais de ônibus, farmácias e sistema drive-thru.
“Lembrando que os trabalhadores da área da saúde serão médicos, enfermeiros, mas também toda aquela população que trabalha dentro das unidades hospitalares e que nós realmente precisamos que eles continuem com saúde para não serem afastados em decorrência dessa doença”, disse o secretário.
Na logística da 1ª fase de imunização, o governo do estado prevê:
- Atuação de 54 mil profissionais de saúde;
- Uso de 27 milhões de seringas e agulhas;
- 5.200 câmaras de refrigeração;
- 25 postos estratégicos de armazenamento e distribuição regional;
- 30 caminhões refrigerados de distribuição diária;
- 25 mil policiais para escolta das vacinas e segurança dos locais de vacinação.
Jean cobrou dos gestores municipais empenho na fiscalização das medidas de isolamento estabelecidas pelo plano estadual. Durante a reunião, ele afirmou que o estado está contratando profissionais e ampliando o número de leitos para tentar conter o avanço da doença.
“Nós tivemos um incremento do número de casos, óbitos e internações em todas as regiões do nosso estado. Entendemos que era algo que jamais imaginávamos tanto no mundo, no Brasil e no próprio estado porque vivenciávamos, durante 12, 13 semanas, uma evolução de queda de todos esses índices e que de uma forma muito abrupta voltou a varrer tanto vidas quanto encher os nossos hospitais”, disse o secretário.
Durante seu discurso na reunião, Doria disse que a prioridade dos governantes deve ser a área da saúde com a proteção à vida, defesa da ciência e vacinação. O governador criticou os prefeitos dos 20 municípios que não aderiram à fase vermelha da quarentena durante as festas do fim do ano.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Marco Vinholi, disse que o estado não distingue partido político, e ressaltou que o auxílio do governo para os municípios vai priorizar os que cumprirem o Plano São Paulo. “Se não cumprirem as regras da Saúde e da vida, nós notificamos e encaminhamos ao Ministério Público.”
Os encontros virtuais com os prefeitos devem ocorrer a cada 6 meses e o próximo está marcada para o mês de julho.
Eficácia da CoronaVac e registro na Anvisa
Representantes do Instituto Butantan se reúnem na tarde desta quarta-feira (6) com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar dos resultados da CoronaVac, vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo Instituto em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
A previsão é a de que os dados sobre a eficácia dos testes feitos no Brasil sejam divulgados em coletiva de imprensa do governo paulista nesta quinta (7).
Por questões de sigilos contratuais, o governo paulista não pode antecipar quais foram os índices obtidos no Brasil, mas, de acordo com o revelado pelo secretário da Saúde anteriormente, a vacina não atingiu 90% de eficácia nos testes que foram feitos.
Os resultados deveriam ter sido divulgados no dia 23 de dezembro, mas foram adiados pela segunda vez pelo governo paulista. Antes, a previsão era de que eles fossem conhecidos em 15 daquele mês.
Segundo o governo, a fase 3 dos testes da CoronaVac no Brasil registrou pelo menos 170 voluntários contaminados.
O estudo conclusivo mede a taxa de eficácia do imunizante comparando quantos caos confirmados ocorreram nos voluntários que receberam placebo e quantos naqueles que tomaram a vacina. A taxa mínima de eficácia recomendada pela Anvisa é de 50%.
No final do ano passado, a Turquia informou publicamente ter chegado ao percentual de 91,25% de eficácia da CoronaVac em testes preliminares feitos com 1,3 mil voluntários.