A deputada americana Marjorie Taylor Greene , do Partido Republicano, foi removida das comissões sobre educação, trabalho e orçamento na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nesta quinta (4) por espalhar fake news e divulgar discursos de ódio. “ Querem me crucificar “, disse ela em sua defesa no plenário da Câmara.
Durante sua campanha por uma vaga na Câmara pelo estado da Geórgia, Marjorie divulgou vídeos dizendo que o massacre na escola Marjory Stoneman Douglas , em Parkland, na Flórida, em 2018, foi uma encenação. Dezessete pessoas foram mortas por um atirador.
Em 2018, ela defendeu no Facebook a ideia de que os incêndios na Califórnia podem ter sido causados por um laser espacial controlado por banqueiros judeus. O objetivo, defendia, seria o de abrir espaço para um projeto de um trem de alta velocidade.
No dia da invasão ao Capitólio , Greene foi levada para junto dos outros congressistas, para se proteger da turbatrumpista . Na ocasião, ela se recusou a usar máscara. Mais tarde, três colegas democratas testaram positivo para ocoronavírus . Marjorie se eximiu de culpa dizendo que “pessoas saudáveis não espalham Covid “.
O caso lembra o da deputada brasileira Bia Kicis , que foi indicada pelo seu partido, o PSL, para comandar a Comissão de Constituição e Justiça. O presidente da Câmara, Arthur Lira, está trabalhando para que o cargo seja ocupado por outro parlamentar depois da repercussão negativa da indicação.
Bia Kicis, assim como a americana Marjorie, tem espalhado fake news em suas redes sociais. Já divulgou, por exemplo, mensagens dizendo que os números de mortes por Covid noBrasil têm sido artificialmente inflados. Em um vídeo postado neste ano, ela ensina um “ truque maravilhoso para quem não quer usar máscara “: ficar sempre com uma garrafa de água de lado para não precisar colocar a máscara quando alguém pede. A deputada é autora de um projeto que desobriga o uso de proteção individual para evitar a disseminação do coronavírus.
Kicis ainda é alvo de uma notícia-crime no STF por suposto crime de racismo . Ela pintou de preto os rostos de Sergio Moro e de Luiz Henrique Mandetta em uma imagem para ironizar o fato de eles estarem procurando emprego após terem saído do governo. Era uma alusão às cotas raciais.
A deputada já foi intimada para prestar depoimento no inquérito que investiga a promoção e o financiamento deatos antidemocráticos.
Bia Kicis também conseguiu censurar Crusoé judicialmente. A pedido da deputada, no ano passado a Justiça de Brasília ordenou a retirada do nome dela de uma reportagem sobre os empecilhos existentes no Congresso para a aprovação da proposta de emenda à Constituição que prevê a prisão de réus após condenação em segunda instância. A censura foi suspensa pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federa