O Governo do Estado de Rondônia, por meio do Corpo de Bombeiros Militar, em parceria com a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Cmpdec) da prefeitura de Porto Velho, já concluiu a programação da estratégia de trabalho para atender as centenas de famílias atingidas pela cheia do rio Madeira, que todo ano ultrapassa os limites, deixando desabrigados moradores ribeirinhos.
O grupo trabalha com dados atualizados diariamente e por conta disso, pode se antever aos problemas atuando de modo mais eficiente, para evitar transtornos maiores às famílias atingidas por enchentes. O Corpo de Bombeiros está reunindo seus equipamentos, revisando as estratégias de cada equipe envolvida no trabalho e adiantando a parte burocrática, para que as ações comecem o mais breve possível.
O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Gilvander Gregório de Lima, comenta que o trabalho de monitoramento da Força Militar Estadual e de acordo com os dados fornecidos pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) do Governo Federal. Ele explica ainda que o trabalho é feito de forma exclusivamente técnica, realizando cruzamento de dados entre períodos anteriores, a fim de se elaborar um comparativo de comportamento do rio. “Temos um relatório com dados dos últimos 50 anos que comprovam o fato de que entre os meses de março e abril há os maiores níveis de cheias na região. Para evitar o transtorno às pessoas impactadas pelo volume da água e promover assistência eficiente, todo o trabalho de preparação é realizado com antecedência para que não tenhamos surpresas durante a execução da operação”, comentou o oficial.
A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), que compõe a estrutura do Corpo de Bombeiros Militar, fez um levantamento dos últimos oito anos para se obter uma média do nível do rio Madeira. No ano de 2014 (uma das maiores cheias que se tem registro), entre os dias 25 e 26 de fevereiro, o volume de água chegou a marca de 18.53 metros; no ano seguinte, em 2015, foi de 16.57 metros; em 2016, 12.52 metros; em 2017, 13.49 metros; em 2018, 16.23 metros; em 2019, 16.74 metros, no ano passado, foi registrado 15.47 metros e neste ano de 2021, já passou dos 15.8 metros. A média de volume da água dos últimos oito anos foi de 15.67 metros.
A partir do momento em que o nível do rio atinge a marca de 17 metros, o Governo de Rondônia, por meio do Corpo de Bombeiros ganha a função de agente principal na política de assistência às famílias atingidas, bem como na fiscalização acerca do nível da água. Geralmente a Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (Seas) inicia as ações no mesmo sentido, distribuindo água e cestas básicas às famílias e na execução de ações de suporte às pessoas afetadas que precisam de assistência médica periódica.
Dados apurados pelo Comitê da Sala de Situação, que trata do assunto apontam que as cheias devem atingir 1.804 famílias ribeirinhas. Na última terça-feira (23) a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, decretou em Porto Velho estado de alerta. O posicionamento se deu porque o Madeira atingiu a cota de transbordo, que é de 15 metros. O trabalho de assistência às famílias atingidas pelo fenômeno natural é uma ação conjunta de diversas forças públicas. Cada qual no seu setor está responsável por monitorar a movimentação hidrológica para antecipar o atendimento às pessoas.