Veja o que se sabe e o que ainda falta saber sobre a suspeita de vacinação clandestina contra a Covid-19 em Belo Horizonte:
- Quem promoveu a vacinação?
- Quantas pessoas participaram?
- Quem teria se vacinado?
- Onde e quando aconteceu?
- Quem investiga o caso?
- Quem foi preso até agora?
- Que vacina teria sido aplicada?
- O que foi apreendido?
- Quais são as linhas de investigação?
- Como a vacina teria chegado até Belo Horizonte?
- Quem são os irmãos Lessa?
Quem promoveu a vacinação
Os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da empresa de transportes Saritur, admitiram em depoimento à Polícia Federal, realizado nesta segunda-feira (29), que compraram vacinas contra a Covid-19. Eles são apontados como os organizadores de uma vacinação irregular que aconteceu em uma garagem de ônibus da família.
Quantas pessoas participaram?
A Polícia Federal apreendeu, no dia 26 de março, durante a operação Camarote, uma lista com nomes de 57 pessoas que teriam sido vacinadas clandestinamente.
Quem teria se vacinado?
Entre os vacinados, estariam o ex-senador Clésio Andrade e o deputado estadual Alencar da Silveira Junior (PDT). A denúncia foi publicada pela edição on-line da Revista Piauí. Clésio disse ao G1 que desconhece o assunto e que está em quarentena, no Sul de Minas, há dois meses.
Mas, à revista Piauí, afirmou: “Estou com 69 anos, minha vacinação [pelo SUS] seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”. Questionado, o ex-senador não confirmou a declaração.
Alencar da Silveira Júnior negou que tenha participado da vacinação.
Onde e quando aconteceu?
A vacinação clandestina teria acontecido no dia 23 de março em uma garagem da Coordenadas, empresa da família Lessa. Ela fica no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte.
Quem investiga o caso
A Polícia Federal investiga a suspeita de quatro crimes:
- Um deles é de importação de mercadoria proibida, caso a eventual aquisição das doses tenha ocorrido antes da aprovação da lei que trata da compra de vacinas por pessoas jurídicas.
- Caso as doses tenham sido compradas após a aprovação da lei, a suspeita é de crime de descaminho.
- Ainda é apurado se houve falsificação ou adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, caso o episódio tenha ocorrido antes do registro da vacina da Pfizer na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
- Também é apurada suspeita de receptação pelas pessoas que receberam a vacina.
O Ministério Público Federal também investiga a denúncia.
Quem foi preso até agora?
A Polícia Federal prendeu, na noite desta terça-feira (30), a cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas. A mulher é suspeita de se passar por enfermeira e comercializar ilegalmente vacinas contra a Covid-19. De acordo com a polícia, Cláudia Mônica é a profissional responsável pela vacinação dos empresários na garagem de ônibus, em Belo Horizonte.
O filho dela, Igor Torres de Freitas, prestou depoimento e foi liberado.
Quais são as linhas de investigação?
Uma das suspeitas é que as vacinas que foram aplicadas sejam falsas. Outra possibilidade é que sejam verdadeiras e que tenham sido desviadas do Ministério da Saúde ou importadas ilegalmente.
Que vacina teria sido aplicada?
Segundo a reportagem da Revista Piauí, as doses aplicadas são da vacina da Pfizer, ainda não distribuída no Brasil. Cada vacina teria custado R$ 600, e a segunda dose estaria prevista para ser aplicada nas cerca de 50 pessoas daqui a 30 dias. A Pfizer negou a venda de vacinas fora do Programa Nacional de Imunização (PNI).
O que foi apreendido?
Os policiais encontraram doses de vacinas contra a gripe e ampolas de cloreto de sódio em caixas de isopor apreendidas na casa de Cláudia Mônica.
Como a vacina teria chegado até Belo Horizonte?
A Polícia Federal investiga como funcionava o esquema. Uma perícia é feita para analisar se há indícios de vacina contra a Covid-19 no material apreendido. Uma das questões que intrigam a polícia é: se as vacinas eram verdadeiras, como chegaram até Belo Horizonte?
Quem é a família Lessa?
A família Lessa, que é investigada pela Polícia Federal por suposta vacinação clandestina contra a Covid-19, comanda um dos maiores conglomerados de transporte do estado. As empresas Saritur e Coordenadas são responsáveis por mais de 180 linhas de ônibus metropolitanos em 18 das 34 cidades da Grande BH.