O fundador da Amazon, Jeff Bezos, afirma que está pronto para levar pessoas ao espaço.
A empresa Blue Origin, do empresário americano detentor de uma fortuna estimada em R$ 1 trilhão, diz que lançará uma tripulação a bordo de seu sistema de foguete e cápsula New Shepard em 20 de julho de 2021.
Entre os astronautas provavelmente estarão funcionários da empresa, mas um assento está sendo leiloado online.
Os voos da New Shepard são projetados para levar os passageiros em uma viagem direta para cima e para baixo que ultrapassa brevemente os 100 km. Esta é a chamada Linha Kármán, que foi designada por um amplo acordo internacional como o ponto em que se inicia o espaço.
“Apenas 569 pessoas já passaram pela Linha Kármán. Com nosso novo veículo Shepard, estamos prestes a mudar isso dramaticamente”, disse Ariane Cornell, diretora de vendas da Blue Origin.
Ela não quis comentar se o próprio Bezos pode estar no voo de 20 de julho.
O anúncio da Blue Origin é mais uma prova do ressurgimento do turismo espacial após um intervalo de quase 12 anos.
A proposta de Bezos é apenas uma das várias agora abertas aos super-ricos. Espera-se que o empresário Elon Musk (fundador da Tesla e da SpaceX, com fortuna de R$ 808 bilhões) lance uma de suas naves Dragons SpaceX no segundo semestre de 2021 com uma tripulação completamente civil a bordo. A cápsula permanecerá orbitando por diversos dias.
Ela opera em terras desérticas em Van Horn, no oeste do estado americano do Texas.
Durante um voo, a unidade de propulsão eleva o compartimento de passageiros pressurizado a cerca de 76 km de altitude, onde ambos se separam.
O transportador carrega até o espaço a cápsula com a tripulação, que voltará ao solo sob três paraquedas, e depois retorna de maneira controlada, fazendo uma aterrissagem propulsora em uma plataforma de concreto.
A Blue Origin espera que a experiência New Shepard seja um grande atrativo econômico. Os passageiros experimentarão cerca de três minutos de ausência de peso no auge da subida. Eles também serão capazes de ver a escuridão do espaço e o horizonte curvo da Terra.
Atualmente, a empresa não revela informações sobre os valores envolvidos na atração, mas apenas detalhes do leilão público para uma vaga na primeira missão em julho. A Blue Origin diz que o dinheiro arrecadado com o leilão vai para uma fundação que promove a educação em ciência e tecnologia.
“Este é um mercado nascendo”, disse Cornell, da Blue Origin. “Estamos abrindo as portas e esperamos ver o que o mercado diz. Pessoalmente, acho que as pessoas vão ver que experiência legal é essa e vão querer fazer isso. E então, espero que os preços caiam e a escala suba.”
Ao longo dos anos 2000, várias pessoas com bastante dinheiro pagaram para visitar a Estação Espacial Internacional (ISS). Mas este turismo, organizado sob o patrocínio da agência espacial russa, acabou em 2009.
Agora, ao que parece, o setor está se ressurgindo.
Assim como Jeff Bezos e Elon Musk, o empresário britânico Sir Richard Branson continua a promover seu conceito de foguete da Virgin Galactic.
Também há quem queira lançar estações espaciais privadas nesta década. Entre eles está a Axiom, uma empresa fundada por um ex-gerente de programa ISS da Nasa (agência espacial americana).
O anúncio da Blue Origin foi programado para coincidir com o 60º aniversário do primeiro voo espacial feito por um astronauta americano, Alan Shepard, homenageado no nome do novo veículo turístico.
Shepard conduziu um voo suborbital de 15 minutos em sua cápsula Project Mercury Freedom-7 em 5 de maio de 1961.