A endometriose é conhecida como “a doença da mulher moderna”. Isso porque com o ritmo de vida acelerado, geralmente com o acúmulo de tarefas, os cuidados com a saúde ficam um pouco de lado. O estresse causado pela correria da vida diária também compromete a função imunológica do organismo. Acredita-se que é justamente devido a essas alterações imunológicas que a mulher pode sofrer com a endometriose e as que já têm a doença podem ter o quadro agravado.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 15% das mulheres brasileiras, sofrem com a endometriose. A doença que atinge uma a cada dez em idade reprodutiva, entre 15 e 45 anos, afeta 176 milhões de mulheres no mundo, sendo responsável por quase 40% dos casos de pacientes que não conseguem engravidar.
A endometriose acontece quando o endométrio, tecido que reveste o útero, cresce para fora do órgão. Os fragmentos vão parar no ovário, nas trompas e até em regiões vizinhas. Mesmo deslocado, o tecido excedente é estimulado a crescer e, no período da menstruação, descama junto com o endométrio original.
De acordo com o ginecologista, Jason Silva Junior, “melhorar o estilo de vida e buscar o diagnóstico precoce são as melhores maneiras de diminuir os efeitos da endometriose no organismo da mulher. Para isso é preciso conhecer muito bem o corpo e identificar os sintomas, que muitas vezes são muito sutis”, alerta.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
O “Dia Internacional de Luta contra a Endometriose” celebrado no dia 7 de maio, tem como objetivo conscientizar sobre a importância de manter exames em dia. “Uma das causas da endometriose é o estímulo constante do estrogênio, hormônio que faz o endométrio aumentar de tamanho e sangrar todos os meses. A partir da primeira menstruação, tanto o médico quanto a paciente precisam ficar atentos à intensidade das cólicas, porque quanto mais rápido o diagnóstico, menor o risco de progressão. A doença não tem cura e pode ser classificada como leve, moderada ou grave e o risco de câncer de ovário é mais alto em mulheres com o problema”, explica o médico.
SINTOMAS
O diagnóstico precoce pode minimizar o desconforto e ajudar no correto tratamento da doença. Os principais sintomas são:
- cólica intensa principalmente no período menstrual;
- inchaço abdominal;
- dor durante e após o sexo;
- dor para urinar e evacuar;
- intestino preso ou solto demais;
- menstruação irregular e
- dificuldade para engravidar
FATORES DE RISCO
- ter filhos depois dos 30 anos;
- alterações no útero;
- estresse e
- má alimentação
TRATAMENTO
“Os exames de imagem e sangue são apenas o início do tratamento, mas o padrão ouro para o diagnóstico é a videolaparoscopia, uma cirurgia que permite observar os focos da endometriose”, afirma o médico.
PREVENÇÃO
Atividade física e alimentação balanceada são aliadas no enfrentamento à endometriose. “Recomendo exercícios físicos por pelo menos meia hora todos os dias. O ideal é que a atividade se enquadre dentro do dia a dia de maneira prazerosa. Já na parte da alimentação, fibras alimentares presentes em frutas, verduras e legumes ajudam a eliminar o excesso de estrogênio, hormônio que pode acentuar a doença”, salienta o médico. É importante reforçar, que ao aparecer qualquer sintoma de dor recorrente e fora do habitual é necessário consultar um médico imediatamente, pois com o diagnóstico precoce é possível minimizar o desconforto e ajudar no correto tratamento da doença.