Na contramão da maioria dos países que tem grande demanda e pouca oferta de vacina contra covid-19, a Polônia enfrenta um problema às avessas. Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Instituto de Pesquisa Social de Varsóvia (IBRIS) revelou que 44% dos poloneses se recusam a serem vacinados contra o coronavírus.
O movimento antivacina no país não é novo, mas atingiu tal nível nos últimos anos que a Polônia já perdeu a imunidade coletiva contra o sarampo, por exemplo, que ocorre com 95% da população vacinada.
Por isso, em uma tentativa de incentivar a população a se imunizar contra a covid-19, o governo da Polônia criou uma loteria exclusiva para quem já foi vacinado, que vai pagar prêmios em dinheiro de até R$ 1,4 milhão.
Os sorteios serão realizados pela empresa estatal Totalizator Sportowy e deve distribuir ainda carros híbridos e motos elétricas por todo o país.
A partir de julho, um em cada 2 mil vacinados será sorteado para receber um prêmio de R$ 730 e serão ainda pagos mais dois prêmios por semana de R$ 73 mil.
A campanha prevê ainda que os 500 distritos que conseguirem vacinar primeiro 75% da população receberão R$ 145 mil cada. A cidade polonesa que atingir, proporcionalmente, a maior taxa de imunização vai levar R$ 3 milhões.
Com população estimada em 38 milhões de pessoas, até o mês de maio apenas metade havia se registrado para tomar a vacina e somente um terço compareceu para receber a primeira dose.
Para efeito de comparação, o Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes e atrasos constantes na campanha de vacinação, imunizou mais de 63 milhões de pessoas.