Uma pesquisa Datafolha apontou que 56% dos brasileiros afirmam já ter se vacinado contra a covid-19, e 38% dizem que pretendem se imunizar. Apenas 5% rejeitam vacinas contra a doença causada pelo coronavírus. Os números mostram que a aceitação de vacinas tem crescido nos últimos meses, apesar dos ataques do presidente Jair Bolsonaro, que continua a desestimular a vacinação e a alimentar paranoia sobre a eficácia dos imunizantes.
Os números da pesquisa:
- 56% dizem já ter se vacinado;
- 38%, que pretendem fazê-lo;
- 5% afirmam que não foram vacinados nem pretendem ser imunizados;
- 1% respondeu que não sabe.
A pesquisa ouviu de forma presencial 2.074 pessoas em 146 cidades do país nos dias 7 e 8 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Em comparação a um levantamento realizado em dezembro, a adesão às vacinas cresceu 21 pontos percentuais. Naquele mês, 73% dos brasileiros afirmavam que pretendiam se imunizar. Outros 23% afirmaram que não pretendiam fazê-lo.
A pesquisa de dezembro também havia mostrado que a resistência era maior entre os apoiadores de Jair Bolsonaro.
À época, Bolsonaro estava em intensa campanha para alimentar desconfiança infundada sobre os imunizantes, preferindo apostar em medidas ineficazes como o desacreditado “tratamento precoce” com hidroxicloroquina.
Naquele mês, ele também chegou a falar que o laboratório Pfizer não se responsabilizaria se os pacientes inoculados se transformassem em “jacarés”. Bolsonaro também repetiu várias vezes nos últimos meses sem nenhuma base científica que a pandemia estava chegando ao fim.
Paralelamente, redes bolsonaristas chamaram a Coronavac, que começou a ser produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista, de “vachina” e espalharam mentiras delirantes sobre o imunizante ser um mecanismo disfarçado de controle da mente.
Meses depois, o presidente continua com a mesma atitude, criticando a eficácia da Coronavac e afirmando que a melhor vacina é “pegar o vírus”. Bolsonaro também não tomou nenhuma vacina até o momento, pelo menos não publicamente.
Ele, porém, está em posição cada vez mais minoritária, segundo mostra a pesquisa Datafolha. Entre janeiro e maio, o instituto já havia detectado que a adesão à vacinação estava crescendo, mesmo com os ataques de Bolsonaro. Em março e abril, o país também registrou os meses mais mortíferos da pandemia. Apenas em abril, foram 82.266 óbitos relacionados ao coronavírus ao longo de 30 dias.