A Coronavac tem eficácia de 71,4% para evitar mortes por coronavírus em idosos com média de idade de 76 anos, segundo estudo liderado por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e acompanhado por membros da Organização Pan-Americana de Saúde, além de universidades e institutos da Europa e dos Estados Unidos.
De acordo com reportagem do portal UOL, a pesquisa foi citada como referência em um levantamento global publicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A agência trouxe um mapeamento dos resultados de pesquisas realizadas para avaliar o impacto das vacinas contra a Covid-19.
Após seis meses do início das campanhas de vacinação pelo mundo, a OMS reafirma que os imunizantes funcionam e que serão fundamentais para controlar a doença. Mas alerta que a desigualdade em relação à distribuição de vacinas é ainda profunda, deixando bilhões de pessoas sem proteção.
No caso da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e produzida pelo Instituto Butantan, o documento da agência internacional cita um estudo realizado no Brasil e liderado pelo pesquisador Otavio Ranzani, da USP (Universidade de São Paulo) e do Instituto de Saúde Global de Barcelona, na Espanha.
Nele, constata-se de forma positiva que a vacina está relacionada com a redução de casos sintomático de Covid-19, queda de hospitalização e redução de mortes em idosos acima de 70 anos de idade em locais onde há transmissão extensa da variante Gama, detectada inicialmente em Manaus.
Para os pesquisadores, segundo o portal UOL, existe uma “proteção significativa”. No geral, a Coronavac apresentou 41,6% em eficácia contra Covid-19 sintomática após 14 dias da segunda dose com uma população com idade média de 76 anos. Para essa mesma população, a eficácia em evitar a morte atingiu 71,4%, e 59% contra a hospitalização.
O estudo, realizado com 15,9 mil pessoas com pelo menos 70 anos de idade no estado de São Paulo, mostrou que é necessária uma segunda dose. Com apenas uma aplicação, a vacina é eficaz apenas em 10,5% em casos sintomáticos, 18% em evitar hospitalização e 31,6% em evitar mortes.
A eficácia ainda cai com idade cada vez mais avançada, principalmente acima de 80 anos. Entre a população entre 70 a 74 anos, a vacina é 61,8% eficaz contra a doença, 80,1% contra hospitalização e 86% contra mortes.
Em seu mapeamento, a OMS mostrou dados indicando que outras vacinas tiveram resultados mais fortes. Também foram avaliadas as doses da AstraZeneca no Reino Unido, além de estudos diferentes sobre Pfizer no Canadá, Reino Unido e Israel; e Moderna, com taxas de eficácia acima de 90%.
Por ser produzido pelo instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, a Coronavac foi alvo de mentira do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tentou desestimular a vacinação em massa para prejudicar o governador paulista, João Doria (PSDB).