Dois dias depois de atacar Zaporizhzhia, a maior central nuclear da Europa, a Rússia teria disparado novos mísseis em direção a outro local na Ucrânia que contém um reator nuclear. As informações foram divulgadas na manhã de domingo (6) pelo jornal britânico The Independent.
Segundo a publicação, o alvo da vez foi o Instituto Kharkiv de Física e Tecnologia, que abriga o Neutron Source, uma instalação de pesquisa que contém 37 células de combustível nuclear carregadas.
Especialistas garantem que, embora seja relativamente pequeno, esse reator nuclear do instituto – que recebe financiamento dos EUA no valor de US$70 milhões – pode causar danos extremamente perigosos, dado o impacto que qualquer exposição a radiação pode provocar.
Emine Dzheppar, secretária de Estado das Relações Exteriores da Ucrânia, disse que “a destruição das instalações nucleares e de armazenamento de materiais nucleares pode levar a uma catástrofe ambiental em larga escala”.
Ucrânia ganha apoio internacional para denunciar a Rússia no Tribunal de Haia
No Twitter, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy revelou uma conversa com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, em que confirma o apoio britânico à Ucrânia.
“Condenamos o terrorismo nuclear e crimes de guerra da Rússia. Discutimos o fortalecimento das sanções contra a Rússia e concordamos com os próximos passos conjuntos”, disse Zelenskyy.
“Continuaremos fazendo tudo o que pudermos para apoiar você e seu povo diante dessa invasão bárbara”, respondeu Johnson. “A comunidade internacional tem a responsabilidade de garantir que o empreendimento sanguinário de Putin termine em fracasso total”.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, havia assegurado a Emmanuel Macron, presidente da França, que não tem intenção de atacar instalações nucleares na Ucrânia, e concordou em garantir sua segurança e trabalhar sob os parâmetros técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Autoridades abriram uma investigação sobre o crime de ecocídio e apresentarão queixa ao Tribunal Internacional de Justiça (ICJ) e ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, nos termos do artigo 441 do Código Penal ucraniano.
Dos 123 países com jurisdição no Tribunal de Haia, 39 assinaram o pedido de abertura de investigações contra a Rússia – o Brasil não está entre os signatários, de acordo com reportagem do G1.