Desde segunda (4), já está à venda no Reino Unido uma pílula que promete ser capaz de diminuir o efeito da ressaca. Com o nome de Myrkl, o comprimido é composto de micro-organismos vivos que, ao serem ingeridos, transformam o álcool residual no corpo do indivíduo em gás carbônico e água.
De acordo com a empresa farmacêutica sueca De Faire, que desenvolve o medicamento em parceria com o Instituto de Ciência e Saúde Pfutzner, da Alemanha, o remédio deve ser tomado, no mínimo, uma hora antes de ingerir a bebida alcoólica — e em duas drágeas.
Uma caixa com três unidades custa em torno de 30 libras (o equivalente a aproximadamente R$ 193), mas os itens já se esgotaram no Reino Unido.
Convencionalmente, o álcool é decomposto pelo fígado humano em acetaldeído, que produz uma série de ácidos tóxicos no organismo, como o etanoico, e acaba por provocar os sintomas da ressaca.
O Myrkl, segundo a De Faire, breca o processo. Ele libera uma série de bactérias do tipo Bacillus, além do aminoácido L-cisteína, que transformam o álcool em água e gás carbônico em vez de gerar acetaldeído no fígado. Como um adicional, os micro-organismos ainda teriam vitamina B12, que ajudaria no revigoramento do corpo pós-embriaguez.
Estudo que comprova eficácia de pílula para ressaca possui limitações
Em junho, um estudo publicado na revista científica Nutrition and Metabolic Insights relatou os benefícios do produto. A pesquisa contou com 24 pessoas divididas em um grupo experimental, que usou a pílula de ressaca, e outro com medicamento placebo (farinha de arroz).
Ao fim, observou-se que os usuários do Myrkl tiveram uma queda média de 70% dos níveis de álcool após uma hora de ingestão. O artigo, no entanto, possui alguns conflitos de interesse pelo fato de um dos autores, Johan de Faire, ser sócio e co-fundador da empresa que produz o remédio.
A pesquisa também contou com um número limitado de participantes — e apenas 14 dos 24 foram computados na análise final por conta de critérios de exclusão.