O Ministério da Saúde ampliou a faixa etária para a vacinação contra o Papilomavirus humano (HPV4), seguindo recomendações de sociedades científicas. Agora, homens de até 45 anos de idade, transplantados, pacientes oncológicos ou vivendo com HIV/Aids podem se imunizar.
Permanecerá sendo usado o tradicional esquema de três doses do imunizante, sem levar em consideração a idade da pessoa, com a distribuição sendo gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina contra o HPV é a principal forma de prevenir a infecção.
A OMS estima que existam de 9 a 10 milhões de pessoas com o vírus no Brasil e que 700 mil novos casos de infecção surgem a cada ano. O HPV infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal) das pessoas, provocando verrugas anogenitais (na região genital e ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
Imunossupressão e o risco de HPV
Conforme explica o Ministério da Saúde, o risco de desenvolvimento de cânceres associados ao HPV é cerca de quatro vezes maior entre pessoas vivendo com HIV/Aids e transplantados do que na população sem a doença ou transplante. Além disso, a imunossupressão crônica é um dos principais fatores de risco para aquisição e persistência do HPV.
Este também é um importante fator de risco para a progressão de lesões pré-cancerosas e neoplasias. Especialmente em pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados de células tronco-hematopoiéticas e órgãos sólidos e indivíduos em tratamento para câncer (radio e/ou quimioterapia).
Quem pode se vacinar
Com a ampliação da faixa etária, as pessoas que podem se vacinar são:
- Meninas de 9 a 14 anos
- Meninos de 11 a 14 anos
- Homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos
A vacina HPV quadrivalente pode prevenir os cânceres relacionados aos HPV 16 e 18; de colo do útero; vulva e vagina; câncer peniano e cânceres de orofaringe e anal em homens e mulheres, além das verrugas genitais nos dois sexos relacionadas ao HPV 6 e 11.
O HPV é transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada. Como a principal forma de infecção é pela via sexual, isso inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Ou seja, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto.
Seu diagnóstico é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão (clínicas ou subclínicas). Enquanto o objetivo do tratamento das verrugas anogenitais é a destruição das lesões – que podem desaparecer, permanecer inalteradas ou aumentar em número e/ou volume. Como muitas pessoas infectadas pelo HPV não apresentam sinais ou sintomas, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo.