Missão para procurar vida no subterrâneo de Marte é analisada pela NASA

0
243

Um relatório técnico divulgado ao final de abril de 2022 endossou a aprovação da missão Mars Life Explorer (ou simplesmente “MLE”), um passo importante para a exploração de Marte que certamente contará pontos a seu favor quando ela for apreciada pela agência espacial americana (NASA).

Isso porque a Mars Life Explorer pode ser a maior e mais profunda busca pela vida em nosso vizinho planetário – figurativamente e literalmente, já que muitos de seus parâmetros envolvem ir até o subterrâneo do planeta vermelho. Mas já vamos chegar nesta parte.

Desenho em 3D de como seria o módulo da missão Mars Life Explorer (MLE), a ser endossada em relatório técnico e analisada pela NASA para, se aprovada, ser lançada na década de 2030

O endosso mencionado veio do relatório técnico chamado “Pesquisa Decadal de Ciência Planetária”, produzido pela Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA. Basicamente, é um documento bastante extenso e detalhado que faz recomendações de quais tópicos devem ser prioritários às pesquisas em cada campo que ele aborda – incluindo a astronomia e as ciências espaciais.

A missão Mars Life Explorer ainda está pendente de análise, mas o endosso desse relatório conta muito a seu favor: em um período onde quase todo esforço espacial envolve a busca pela vida – antiga ou atual – em Marte, a MLE é uma das principais recomendações.

Falando de seus aspectos mais técnicos, a missão envolve o lançamento de uma nave com um módulo de pouso com uma perfuratriz mais longa. Tal módulo, de mais ou menos três metros (m), será fixado à superfície mais fria de Marte – o gelo de suas latitudes medianas – a fim de perfurar o solo em cerca de dois metros de profundidade, a fim de não apenas recolher amostras de uma parte do planeta vermelho intocada pela radiação solar, mas também realizar análises dessas amostras de forma local.

Em outras palavras: ao contrário do rover Perseverance, que está em Marte recolhendo amostras neste instante mas deverá enviá-las de volta à Terra para uma análise mais completa, a MLE deverá realizar esse processo lá mesmo, o que, com sorte, deve acelerar a obtenção de dados e resultados extremamente aprofundados.

“O programa da NASA para Marte tem sido muito bem-sucedido. É um case científico de sucesso”, disse Philip Christensen, professor da Escola de Exploração da Terra e do Espaço na Universidade do Arizona e co-chairman do comitê por trás do relatório, ao portal Space. Segundo ele, a MLE “subiu ao topo” após o painel do relatório citado analisar os estudos que levaram à conceitualização da missão. “Ela [a MLE] foi o esforço que fez mais sentido para o comitê da pesquisa decadal. Eu acho que pesquisar o ‘gelo moderno’ de Marte é um passo bastante lógico após o retorno das amostras [das missões atuais]”.

Caso a missão Mars Life Explorer seja aprovada pela agência espacial, ela deve ser lançada em algum momento na primeira metade da década de 2030.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui