Moraes manda PF fazer buscas contra mais de 80 bolsonaristas por atos antidemocráticos

Operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Buscas acontecem em oito estados (AC, AM, ES, MT, MS, PR, RO e SC) e no Distrito Federal.

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Mais de 80 bolsonaristas são alvos da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (15/12). Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) estariam envolvidos em protestos antidemocráticos como bloqueios em rodovias e atos em quartéis.

A determinação partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os mandados são cumpridos no Distrito Federal, Acre, Rondônia, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e em Santa Catarina.

Na segunda-feira (12/12), Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que os grupos que atacam a democracia e pretendem “subverter a ordem política” serão responsabilizados. Durante a solenidade de diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), Moraes fez um discurso carregado de críticas a grupos antidemocráticos e disseminadores de desinformação, a quem classificou como “criminosos”.

“Estabilidade democrática e respeito ao Estado de Direito não significam ausência de turbulências, ausência de embates ou mesmo, como se viu nas últimas eleições, ausência de ilícitos e criminosos ataques antidemocráticos ao sistema eleitoral e à própria democracia”, começou o ministro.

Moraes seguiu o discurso afirmando que aqueles que atentam contra o regime democrático serão responsabilizados e que os grupos já foram identificados. “Estabilidade democrática e respeito ao Estado de Direito significam observância fiel à Constituição, pleno funcionamento das instituições e integral responsabilização de todos aqueles que pretendiam subverter a ordem política criando um regime de exceção.”

Moraes classificou os grupos que tentaram lançar dúvidas sobre as eleições deste ano como “extremistas”. Ao longo de sua fala, o presidente do TSE afirmou que os “extremistas e criminosos” querem prejudicar a democracia por meio da disseminação de fake news.

Ataque
Ainda na segunda (12), manifestantes bolsonaristas tentaram invadir o prédio da Polícia Federal, entraram em confronto com agentes da força e da Polícia Militar, tacaram paus, pedras e placas e ainda colocaram fogo em carros e ônibus. Os criminosos alegavam que o ato era uma resposta à prisão de um indígena.

As ações transformaram uma área central de Brasília em campo de guerra e deixaram um rastro de destruição por quilômetros. Também nesta quarta-feira, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que realiza um inquérito para apurar a ação de um grupo criminoso que teria organizado, financiado e praticado atos de vandalismo que ocorreram após a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Devido ao ataque, Moraes assinou um ofício após o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) encaminhar pedido de investigação e indiciamento da primeira-dama Michelle Bolsonaro, argumentando que ela teria incentivado e patrocinado manifestações que questionam o resultado das eleições presidenciais.

Na decisão, Alexandre de Moraes arquivou a queixa contra a primeira-dama e determinou outras apurações. Dessa forma, o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o Governo do Distrito Federal têm até sexta-feira (16/12) para responderem quais medidas foram tomadas pelas forças de segurança de Brasília para coibir os atos de vandalismo provocados por manifestantes bolsonaristas.

No documento assinado nessa quarta-feira (14/12), ministro do STF informa que “foram oficiados o ministro da Justiça e Segurança Pública e o governador do DF para, no prazo de 48 horas, informarem as medidas adotadas pelas forças de segurança em relação aos fatos específicos ocorridos em 12/12/2022”.